Os empresários seguem a risca o ditado de quem não chora não mama. Diante da grave crise que se abate sobre a economia capitalista, eles procuram empurrar o seu ônus para as costas da sociedade, em especial dos trabalhadores.
No ciclo da bonança, privatizaram os lucros; agora querem socializar os prejuízos. A caradura dos capitalistas, maiores responsáveis pela atual crise com seus dogmas neoliberais do estado mínimo e da total desregulamentação financeira é impressionante. Eles afundaram a economia e querem que os trabalhadores paguem o pato.
Nas últimas semanas, a mídia hegemônica alardeia a proposta do corte dos gastos públicos. Os empresários são beneficiados com novas linhas de crédito e redução do compulsório aos bancos, que já injetaram bilhões nas empresas. Mas eles exigem mais: eles querem arrochar os servidores públicos, abortar a valorização do salário do mínimo, penalizar a Previdência e reduzir os gastos sociais do orçamento. Segundo Jorge Gerdau, o barão da siderurgia, este gastos são inúteis e o governo deveria cortá-los para garantir mais crédito aos investimentos e às empresas.
Ganância destrutiva do capitalismo
A proposta do corte dos gastos evidencia a ganância destrutiva dos capitalistas. Os adoradores do deus-mercado, partidários da mão invisível (e assassina) do mercado, não enxergam que a redução dos investimentos públicos seja na Previdência, no salário mínimo ou no programa Bolsa Família restringirá ainda mais o consumo da sociedade, o que terá impacto negativo na produção e, de quebra, no emprego e renda. Um círculo vicioso, satânico, que dificultaria ainda mais a saída da atual crise econômica. Serviria apenas aos especuladores, os culpados pela crise.
A cegueira dos empresários, difundida pela mídia burguesa, é tanta que eles não ouvem sequer os conselhos de renomados economistas e nem observam os movimentos inversos realizados por outras nações capitalistas. Até nos EUA, pátria da desregulamentação, o governo apresentou pacote estimulando o consumo da sociedade e elevando os gastos públicos. Para Paul Krugman, ganhador do Premio Nobel de Economia, no momento, aumentar os gastos públicos é a decisão acertada a ser tomada pelo governo dos EUA. Do contrário, a recessão será mais cruel e longa.
http://altamiroborges.blogspot.com/2008/10/o-coro-da-mdia-pelo-corte-de-gastos.html
Altamiro BORGES
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