Escreve a fonte Valor Económico, que e mpresas brasileiras exportadoras de carne bovina que têm cargas a caminho da Rússia ou paradas nos portos podem ter de redirecionar esses produtos para outros mercados caso não cheguem a um acordo com os importadores daquele país.
Os negócios com carne bovina entre os dois países estão parados depois que os importadores russos alegaram que a escassez de crédito - por causa da crise financeira - afeta sua capacidade pagamento. A grande oferta de carne bovina brasileira naquele mercado também levou ao impasse, e os russos querem renegociar preços e prazos de pagamento.
O diretor-executivo da Abiec (entidade que reúne exportadores de carne bovina), Luis Carlos de Oliveira, admitiu que pode ser necessário redirecionar as cargas e disse que os contratos serão discutidos entre indústria exportadora e importador. Ele prefere não falar em volumes, mas no mercado comenta-se que haveria de 60 mil a 90 mil toneladas de carne brasileira destinada à Rússia paradas nas fábricas brasileiras, em navios a caminho do país e nos portos de Roterdã e São Petesburgo.
Oliveira reconheceu que houve superoferta de carne brasileira na Rússia e que a falta de crédito gera o risco de quebra de contratos. Geralmente, nos negócios com empresas brasileiras, os russos pagam 30% na compra e o restante quando a mercadoria chega ao destino. Mas esses 30%, segundo Oliveira, não cobrem os custos de estocagem nem de retorno do produto, no caso de devolução.
O diretor disse que a Abiec tem feito gestões, juntamente com Abef (que reúne exportadores de carne de frango) e Abipecs (carne suína), para buscar solucionar a falta de crédito para exportação no Brasil. As três já conversaram com os ministérios da Agricultura, Desenvolvimento e Fazenda. Nas conversas com a associação dos importadores russos de carne, ele tem discutido mecanismos de apoio nos dois países. Na Rússia, importadores também esperam injeção de liquidez. "Mas questões comerciais têm de ser resolvidas entre importador e exportador".
Além do crédito escasso na Rússia, a desvalorização do real ante o dólar - e do rublo russo diante da moeda americana - também explica a estratégia dos importadores de querer renegociar contratos.
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