Ainda sobre EUA e Coreia do Norte: Uma hipótese

Creio ser muito pouco provável que os EUA se mostrem dispostos a efetuar uma intervenção militar na Coreia do Norte em face da proximidade da China na região e do apoio que esta nação, juntamente com a Rússia, emprestam ao regime de Kim Jong-un.

Iraci del Nero da Costa*

Assim, a atitude belicista do ditador norte-coreano poderia estar pautada em duas dúvidas as quais estariam na raiz de suas ações consideradas ofensivas com respeito a áreas dos EUA e de seus aliados.

Vale dizer, Kim Jong-un não estaria convencido de que os EUA não repetiriam na Ásia as ações que os levaram a atacar várias nações de maneira arrasadora como o fizeram no Iraque.

Por outro lado, o dirigente norte-coreano não teria certeza absoluta quanto à dimensão do apoio político e bélico que lhe seria emprestado por seus dois aliados, a Rússia e, sobretudo, a China, caso os EUA efetivamente viessem a intervir militarmente na Coreia do Norte.

Destarte, calcado nestas duas incertezas, Kim Jong-un teria decidido optar pelo avanço em seus planos de armar-se nuclearmente como forma de garantir a inviolabilidade de seu país.

Tal maneira de agir certamente despertaria uma dura resposta por parte dos EUA os quais não só sentir-se-iam ameaçados em seu próprio território, mas também veriam o aprimoramento das práticas nucleares por parte da Coreia do Norte como altamente perigoso com relação a seus dois grandes aliados na área asiática: a Coreia do Sul e o Japão.

Desse modo, ao que parece, Kim Jong-un, ao tentar fortalecer-se defensivamente lastreado em sua visão eventualmente distorcida, teria provocado uma reação belicosa da qual os EUA não poderiam furtar-se, pois, evidentemente, veem-se obrigados a rejeitar um desenvolvimento nuclear que visa, em última instância, a colocar em risco o seu próprio território e o de seus aliados na região asiática em foco.

  

* Professor Livre-docente aposentado.     

 

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey