O Presidente da Ucrânia, Victor Iuschenko, responsabilizou a primeira-ministra Iúlia Timochenko da situação catastrófica na economia do país e exige alterações urgentes no Orçamento de 2009.
Em nome do país, exijo do Governo e do Parlamento que preparem imediatamente um orçamento honesto, onde as despesas correspondam às possibilidades da economia. É o vosso dever constitucional, estatal e político, declarou Iuschenko, numa mensagem televisiva transmitida por todos os canais ucranianos.
Sublinho, continuou o dirigente ucraniano, que segundo a Constituição, a primeira-ministra Iúlia Timochenko é totalmente responsável pela situação económica, pela ruptura do processo orçamental, pela destruição do sistema bancário.
Quando chegar ao limiar crítico, ela não conseguirá esconder-se na oposição, sublinhou.
Iuschenko declarou ter decidido recorrer à mensagem televisiva para prevenir da situação catastrófica da economia ucraniana.
Decidi dirigir-me a vós para transmitir uma avaliação exacta e sincera da situação económica, orçamental e financeira na Ucrânia. Apelo-vos que aumentem as exigências face ao Governo e à maioria parlamentar para que ponham fim à torrente de mentiras, falsidades e ajam imediatamente, sublinho, imediatamente, para salvar a economia nacional, dramatizou Iuschenko.
O Presidente ucraniano acusou também a primeira-ministra de ter assinado contratos sobre gás com a Rússia prejudiciais para o seu país, que obrigarão a Ucrânia a gastar mais dois mil milhões de euros em 2009.
Os contratos não correspondem às minhas ordens. As decisões da primeira-ministra foram pessoais, sem uma opinião colectiva do governo, frisou, mas acrescentou que eles devem ser cumpridos.
As relações entre Iuschenko e Timochenko deterioram-se rapidamente à medida que se aproximam as eleições presidenciais, que se deverão realizar em finais de 2009 ou início de 2010.Timochenko tem acusado Iuschenko de ter feito tudo para enfraquecer a grivna, moeda nacional que, em três meses, perde metade do valor em relação ao euro.
A oposição parlamentar ao Presidente decidiu afastar do cargo o dirigente do Banco Estatal da Ucrânia do seu cargo, mas Iuschenko não acatou a decisão.Segundo a imprensa ucraniana, a primeira-ministra pretende, na próxima semana, realizar uma remodelação governamental com vista a afastar do executivo os ministros próximos do Presidente.
P.S. Apenas gostaria de deixar aqui algumas perguntas: será que os actuais dirigentes ucranianos só terminarão estas guerras pessoais quando o seu país estiver completamente em ruínas? Até onde vai a falta de vergonha de pessoas que ocupam os mais altos cargos de Estado? E é com uma política destas que os dirigentes ucranianos querem ingressar na União Europeia?
Nada mais me resta do que apresentar aqui as minhas condolências aos ucranianos.
José Milhazes, Da Rússia
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter