Nova campanha dos EUA contra Cuba

Campanha baixa, hipócrita e intrusiva, um belo exemplo da arrogância, beligerância e chauvinismo que constitui o ABC das relações externas de Washington. Debaixo do manto de “solidariedade”, Washington tenta plantar os tentáculos da sua dominação imperialista.

A campanha de “Solidariedade com Cuba” lançada ontem por Washington, constitui um exemplo do cinismo e ingerência que fundamentam esse regime assassino há décadas. A campanha “Solidariedade” inclui, como era de esperar, referências a “democratização” da Ilha.

Por “democratização”, lê-se “demonização”.

A “democratização” dos Estados Unidos da América, já vimos no Iraque, onde a Liberdade e Democracia ceifaram as vidas de centenas de milhares de pessoas, onde a Liberdade e Democracia deitaram bombas de fragmentação em áreas residenciais, onde a Liberdade e Democracia viram os conteúdos dos museus de Bagdade escritos em inventários em Washington, ainda antes da “guerra” começar, pelos apoiantes da Casa Branca que queriam fazer compras sem pagar.

Bagdade, onde a Liberdade e Democracia rebentaram tantos lares, destruindo famílias, deixando órfãos, tornando crianças saudáveis em paraplégicos, escolhendo como alvos militares estruturas civis. Liberdade e Democracia, distribuindo contratos bilionários sem concurso público. Liberdade e Democracia, palavras de ocasião vomitadas para fácil ingestão por um público ignorante e pouco instruído, pelo clique de elitistas corporativos que gravita a volta da Casa Branca e dita sua política interna e externa, a custo dos nobres preceitos dos Fundadores da Nação. Enquanto seus líderes ficam mais gordos. Enquanto o resto do mundo morre a fome e os preços de bens básicos crescem exponencialmente.

Mas Havana não precisa desta Liberdade e Democracia. Os cubanos têm suas instituições democráticas. O sistema político actual não foi imposto por cima mas sim, escolhido em referendo público em 1976. De dois em dois anos, são eleitos por sufrágio popular os delegados às Assembleias Municipais. De cinco em cinco anos, são eleitos por sufrágio popular os delegados às Assembleias Provinciais e à Assembleia Nacional do Poder Popular (Parlamento). O processo de voto é secreto, directo e maioritário e o Partido Comunista nem propõe candidatos, nem os apoia, nem intervém directamente no processo.

A Comunicação Social Livre e Democrática de Washington alguma vez informou seu público sobre isso? Alguma vez informou seu público, que vive num regime tão livre e democrático que nem consegue viajar livre e democraticamente para Cuba para passar férias no Paraíso, da ajuda humanitária que a República de Cuba presta a volta do mundo em países em desenvolvimento, nas áreas de medicina e cuidados de saúde e educação, sem qualquer interesse monetário?

Então que lembrem os líderes dos Estados Unidos da América, quando proferem seus discursos infantis, ocos e vazios e lançam seu Dia de “Solidariedade” com Cuba da grande mancha ética e moral na Ilha, do enorme ultraje contra os direitos humanos nas Antilhas e do único atentado contra a Liberdade e Democracia em Cuba, constituído pelo Campo de Concentração de Guantanamo Bay, propriedade dos Estados Unidos da América, palco de cenas de tortura e encarceramento sem processo judicial nunca antes visto desde os tempos da Inquisição.

Se é esta a Liberdade e Democracia que os Estados Unidos da América pretendem instalar em Cuba - obrigado, mas não obrigado.

A verdade nua e crua é que a Revolução Cubana é fruto da voluntariedade soberana dos Cubanos; Cuba protege os direitos humanos, é exemplo de resistência e solidariedade internacional e é vítima da mais cruel política agressiva do imperialismo norte-americano.

Timothy BANCROFT-HINCHEY

Director e Chefe de Redacção

Versão portuguesa

PRAVDA.Ru

Nota: Se os leitores quiserem expressar sua solidariedade com Cuba, podem enviar mensagens a

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey