Brasil terá o quarto maior banco de germoplasma do mundo

Líder na agricultura tropical, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, mais uma vez dá ao Brasil uma posição de destaque no mundo agrícola. O país está entre os quatro maiores detentores mundiais de espécies vegetais, com um repositório de cerca de 150 mil amostras.


A quarta colocação entre os melhores e maiores do planeta, depois dos Estados Unidos (500 mil amostras), da China (390 mil) e da Alemanha (160 mil), se deve ao programa de intercâmbio de recursos genéticos entre o Laboratório da Embrapa nos Estados Unidos (Labex-EUA) e o Serviço de Pesquisa Agrícola (ARS) norte-americano.


O cientista Luciano Nass, responsável pelo programa do Labex na área de recursos genéticos, desenvolvido em parceria com o Centro Nacional para a Preservação de Recursos Genéticos do ARS, considera estratégico para ambos os países essa troca de materiais genéticos.


“É uma reserva com a qual se pode contar, uma aplicação na poupança. Se precisar é só buscar”, compara Nass. Esse “arsenal” de diferentes espécies vegetais significa para os cientistas ter, literalmente nas mãos, recursos que poderão servir para achar soluções para problemas decorrentes das mudanças climáticas, ou ainda investigar a resistência a pragas, à seca, entre outras vantagens.


O intercâmbio de germoplasma sempre foi prática comum entre países e instituições, mas passou por um período de “escassez”. Isso ficou evidente após a Convenção da Diversidade Biológica (CDB), em 1992, quando houve uma redução acentuada desta atividade. Em 2004, graças a um tratado da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), focado apenas em espécies utilizadas na alimentação e agricultura, é que as atividades de intercâmbio ganharam novo fôlego, pelo menos para as espécies incluídas no tratado.


No final de 2005 tiveram início as atividades do Labex-EUA em recursos genéticos, sendo o aumento do intercâmbio um dos seus principais objetivos. Desde então, Brasil e Estados Unidos ampliaram o intercâmbio (veja abaixo link do conteúdo relacionado).


Luciano Nass destaca o aumento no número de amostras trocadas nos últimos dois anos. Explica, também, que como os norte-americanos ainda não ratificaram a CDB e, por isso, continuam praticando o livre intercâmbio, distribuindo amostras sem restrições. “Com a intensificação recente do intercâmbio cresce nossa responsabilidade quanto ao estudo e à conservação dessas amostras”, observa Nass.


Entre os materiais com volume de troca ampliados está a coleção completa de arroz do ARS, com um total de 17 mil acessos, atualmente toda armazenada na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília-DF). Outra coleção sendo enviada para o Brasil é a de soja, com um volume de 23 mil unidades. Por causa da grande quantidade de material, as remessas para a estatal serão feitas em quatro etapas, sendo que a primeira já ocorreu. Outros acessos de diferentes espécies também chegarão ao país ainda este ano.


Embrapa

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey