Um meio milhão de pessoas saíram ontem para as ruas de Belgrado, Sérvia , protestando contra a declaração unilateral da independência de Kosovo. Entre a multidão alem da bandeiras da Sérvia foram vistas às da Rússia , Roménia, Espanha, Brasil e Grécia, que até agora não recinheceram Kosovo.
A manifestação tornou-se violenta quando centenas de pessoas invadiram a embaixada dos EUA, ateando fogo em partes do complexo, que estava fechado e sem segurança.
Também foram atacadas as embaixadas de cerca de 20 países que reconheceram Kosovo. Entre elas britânica, croata e canadense.
Mas o alvo principal foi a embaixada dos EUA, iniciadores do processo de desintegração do país. Depois de meia hora a forçar uma das portas do edifício , algumas centenas de manifestantes, conseguiram invadir o edifício e o incendiar.
Cerca de 100 pessoas ficaram feridas, incluindo 32 policiais . Um corpo carbonizado foi encontrado na embaixada americana. Diplomatas americanos, que mais cedo deixaram a embaixada, disseram que ninguém do corpo diplomático ficou ferido e que, provavelmente, o corpo pertence a algum manifestante que ficou preso no prédio.
O protesto foi encabeçado pelo próprio primeiro-ministro da Sérvia, Vojislav Kostunica. Enquanto nós vivermos, Kosovo é Sérvia, disse o chefe de governo, num palanque montado na frente do Parlamento.
Embora atualmente 90% dos 2 milhões de habitantes da ex-província sérvia sejam de etnia albanesa, Kosovo é considerado historicamente o coração da Sérvia por ter sido uma região importante do Reino Sérvio durante a Idade Média.
A voz de Tomislav Nikolic, um líder nacionalista, é apenas uma amostra desse sentimento que vai crescendo: "Não descansaremos enquanto o Kosovo não voltar a ser controlado pela Sérvia. Hitler não nos conseguiu tirá--lo, nem estes conseguirão", disse, referindo-se aos Estados Unidos e aos muitos Estados-membros da União Europeia que apoiam a declaração unilateral.
As manifestações na Republika Srpska, a entidade política sérvia no seio da Bósnia-Herzegovina, não deixam dúvidas quanto ao perigo de a situação poder degenerar num novo conflito regional. Independente ou não, o Kosovo permanecerá na dependência das forças internacionais ali estacionadas. As tropas da OTAN já tiveram de reforçar a presença na zona de fronteira entre o Kosovo e a Sérvia, devido à ocorrência de alguns incidentes, como a destruição de postos de fronteira albaneses.
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