A visita oficial a Cuba do presidente Luiz Inácio Lula da Silva terminou ontem no encontro com o líder cubano, Fidel Castro. Segundo Lula, Fidel que se recupera depois da doença demonstra "lucidez incrível" e saúde "impecável", informam as agências mundiais.
Lula se encontrou sozinho com Fidel. O encontro foi confirmado somente 40 minutos antes do início. Após conversa de quase duas horas e meia, Lula disse que "Fidel está pronto para assumir o papel político que tem em Cuba e na história do mundo globalizado e da humanidade".
"Está com a lucidez de sempre, como nos melhores momentos", garantiu Lula, comparando o líder de 81 anos a um "atleta" que está temporariamente afastado e deve treinar para voltar a competir.
"Dividimos a conversa em duas partes. Ele falou duas horas e eu falei meia hora", contou Lula.
Os dois conversaram "sobre todos os assuntos possíveis", disse o brasileiro. Lula falou sobre a evolução política ao ser questionado se via no país uma abertura política, além da abertura econômica, já que Cuba está interessada em receber mais investimentos estrangeiros, de acordo com Folha OnLine.
"Para nós o importante é que Cuba assinou o Protocolo de Direitos Civis e Políticos da ONU e vai assinar o Direito Econômico. Para nós é importante essa evolução política", afirmou o presidente, completando que o Brasil quer contribuir para a inserção internacional de Cuba "mas sem nenhuma ingerência".
"Não damos palpite na política de nenhum país porque não queremos que as pessoas dêem palpite nas coisas do Brasil", afirmou.
Fidel não aparece em público desde 26 de julho de 2006. Mas desde março do ano passado se mantém no dia-a-dia dos cubanos com seus artigos de "reflexões".
No dia 20 de dezembro ele recebeu o líder da Venezuela, Hugo Chávez, como já tinha feito também em outubro e em novembro.
Pouco antes de embarcar de volta para Brasília, Lula também agradeceu pela acolhida do presidente em exercício de Cuba, Raúl Castro. E aproveitou a oportunidade para convidá-lo a retribuir a visita, prometendo "um carnaval no Brasil".
Raúl Castro disse estar "muito satisfeito" com a visita, quando se despedia da delegação liderada por Lula, ao pé da escada do avião.
"Os resultados foram magníficos. Mas não quero atrasar a sua viagem de volta nem repetir as suas palavras, com as quais estou inteiramente de acordo", disse.
"Amamos o Brasil como nossos povos irmãos da América Latina e Caribe. O Brasil é nosso irmão mais velho", afirmou.
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter