A conferência internacional sobre problemas de Darfur terminou ontem (25) em Paris, França , sem resultados, segundo os analistas. O encontro, que incluiu as oito nações mais industrializadas do planeta mais a China, não resultou em medidas concretas, de acordo com Euronews.
O chefe da diplomacia francesa Bernard Kouchner sintetizou as principais linhas da reunião: "há quatro pontos: apoio político, pressão para apoiar iniciativas, tomadas especialmente pela ONU e pela União Africana. terceiro ponto: financiamento para o futuro e quarto ponto, a situação na região".
O encontro de Paris contou com representantes de 18 países e várias organizações internacionais. O Sudão foi a ausência mais notada.
A secretária de Estado norte-americana Condoleeza Rice afirmou que "Os Estados Unidos continuam a defender que devem haver consequências para o Sudão caso não cumpra com as obrigações a que se propôs".
Cartum justificou a ausência pelo facto de a conferência se ter realizado duas semanas depois de ter aceitado o envio de uma força mista das Nações Unidas e da União Africana.
O objectivo do envio desse contigente militar é impedir a violência na província sudanesa que, segundo os peritos, já matou mais de 200 mil pessoas.
Nos últimos quatro anos os combates fizeram ainda deslocar cerca de 2 milhões e meio de sudaneses. Do ponto de vista da França e dos EUA salvou-se, no meio disto tudo, a presença em Paris de uma delegação oficial da China, país que possui grandes investimentos no Sudão, recebendo petróleo em troca.
Aliado tradicional de Cartum, Pequim aproveitou a conferência de Paris para devolver alguns recados à comunidade internacional, alertando para os efeitos negativos de novas pressões sobre o Sudão.
Recordando que Pequim tem vindo a multiplicar os contactos com o Sudão nos últimos meses, o enviado especial da China para o Darfur, Liu Guijin, chamou a atenção para a necessidade de a comunidade internacional evitar que os acordos já alcançados não servam para nada, permitindo o regresso da violência.
Antecipando-se à ameaça de novas sanções da França e dos EUA ao Sudão, na linha do que Paris e Washington já tinham dito antes de Cartum aceitar o envio de uma "força híbrida" de 19 mil homens para o Darfur, Liu Ginjin congratulou-se com o facto desta conferência ter escolhido a "reconstrução" e o "desenvolvimento" como temas do encontro.
"Creio", sublinhou o representante da China, " que o Governo sudanês tem vontade e pretende contribuir realmente para a melhoria da situação humanitária na região. Mas Cartum tem vindo a deparar-se com muitas dificuldades no terreno, uma vez que a província do Darfur ainda não vive um verdadeiro cessar- -fogo".
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