O número de refugiados, pela primeira vez em cinco anos, aumentou no mundo, passando para 9,9 milhões, em grande parte como resultado da crise no Iraque, informou o relatório anual do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).
O relatório divulgado ontem (18) consta que comparado com o número registrado pelo órgão no início de 2006, 8,7 milhões, isso significa 1,2 milhão a mais de refugiados, ou um aumento de 14% em relação a 2005.
Além da crescente fuga dos iraquianos - 1,2 milhão deles buscam abrigo na Jordânia e na Síria -, o relatório utilizou uma nova metodologia que resultou na computação de um maior número de pessoas nessa situação nos Estados Unidos.
De acordo com o documento, os dois países que mais produziram refugiados em 2006 são os mais afetados pela ´guerra ao terror´ comandada pelo presidente dos EUA, George W. Bush: Afeganistão e Iraque. No final de 2006, os afegãos representavam 21% de todos os refugiados no mundo (2,1 milhões), espalhando-se por 71 países. Os iraquianos vêm em segundo, com 1,5 milhão de pessoas - o quíntuplo do registrado no início de 2006.
O Sudão - que, desde 2003, registra um conflito armado entre rebeldes e milícias apoiadas pelo governo sudanês responsável pela morte de mais de 200 mil pessoas na região de Darfur, segundo ONGs - vem em terceiro, com 686 mil.
O Acnur não inclui os 4,3 milhões de palestinos refugiados na Jordânia, Líbano e Síria, que estão sob a responsabilidade de outro órgão da ONU. Se acrescentados, porém, o número global de refugiados subiria para mais de 14 milhões.
O país que mais recebe refugiados é o Paquistão, seguido pelo Irã. Os dois, juntos, abrigam 20% do total desse grupo -a esmagadora maioria, afegãos. Depois da revisão feita pela agência da ONU, os EUA passaram a ser o terceiro maior país de acolhimento.
A Síria, que no início de 2006 abrigava um número muito pequeno de refugiados, deu um salto e passou a ser o quarto na lista, devido aos iraquianos. Apesar de o Acnur não possuir o registro de todos os refugiados em relação a idade e gênero, os dados do órgão indicam que cerca de 45% deles têm menos de 18 anos, sendo que 11% têm menos de 5 anos. Mulheres e homens são igualmente representados no grupo no de refugiados.
O número de pessoas deslocadas internamente devido a conflitos teve um crescimento recorde, segundo o relatório: passou de 21 milhões em 2005 para quase 33 milhões em 2006, especialmente na Colômbia (3 milhões), Iraque (1,8 milhão), Uganda (1,6 milhão) e Sudão (1,3 milhão). Outros países afetados são Líbano, Sri Lanka e Timor Leste.
Fonte Diário do Nordeste
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