O proprietário de um centro comercial Ycua Bolaños no Paraguai, onde há dois anos um incêndio matou 364 pessoas e feriu outras centenas, foi condenado, terça-feira, a cinco anos de prisão. Foram condenados ao mesmo prazo seu filho e um guarda .
A decisão da Justiça paraguaia provocou a fúria de familiares das vítimas e sobreviventes. A expectativa era de que a condenação seria de 25 anos , porque os empessários do centro ordenaram o encerramento das portas do centro comercial depois das chamas terem eclodido.
A revolta chegou às ruas de Assunção de polidesportivo militar de Asunción, onde foi lida a sentença e na noite de terça-feira, mais de sete horas após o início do tumulto, a tropa de choque continuava em ação atirando pedras e balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes.
Carros foram incendiados e um supermercado - dos mesmos donos do centro - saqueado.
Que Nicanor renuncie, gritavam alguns manifestantes, referindo-se ao presidente do país, Nicanor Duarte Frutos. Dos confrontos com os agentes da autoridade, chamados a conter os protestos, resultaram terça-feira 49 feridos, dos quais um jornalista, um activista dos direitos cívicos, polícias e o cantor popular Ricardo Flecha.
No total, foram detidas 60 pessoas. Os confrontos acabaram por levar o presidente do Paraguai, Nicanor Duarte, a pedir calma aos manifestantes.
Na tentativa de estancar o caos e diante das críticas contra a Justiça e o governo, Duarte Frutos disse à noite às emissoras de rádio e de televisão do país que deverá ser realizado novo julgamento para os empresários Juan Pío Paiva e seu filho Víctor Daniel Paiva, proprietários do centro cumercial. O presidente afirmou ainda que os juízes seriam rejeitados para não continuarem com o caso.
Com BBC, Lusa .
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