A passeata-gay em Jerusalem foi cancelada ontem pela Polícia e pela administração municipal, num acordo com o representante legal da comunidade homossexual. Organizadores do evento substituiram um passeata gay pelas ruas por uma concentração no estádio de uma universidade num extremo da cidade, informou a polícia israelense nesta quinta-feira (9).
A decisão foi tomada depois que grupos extremistas israelenses ofereceram US$ 5,2 mil pela morte de ativistas homossexuais que participassem da marcha do Orgulho Gay, que estava programada para ocorrer nesta sexta-feira (10). Fundamentalistas judeus e muçulmanos são contra a passeata e ameaçaram a integridade física dos participantes.
Ontem cerca de 200 ortodoxos e ativistas da direita realizaram em Jerusalem uma parada do gado . Eles percorreram pelas ruas acompanhados por cabras e burros. Esta marcha foi realizada em protesto contra a parada de Orgulho dos representantes da minoria sexual. Os participantes levaram os cartazes com declarações: Não a profanação à Cidade Santa, Eles ( cabras e burros) não pecam.
O esquema de segurança de emergência se estendeu a todo o país, confirmou à Efe um porta-voz da Polícia. As autoridades militares fecharam os territórios da Cisjordânia e de Gaza durante o fim de semana, até que a tensão diminua.
O festival provocou a fúria da comunidade ortodoxa, que considera a homossexualidade uma "abominação" castigada por Deus. Alguns de seus membros queimaram cerca de mil latas de lixo e vários carros na cidade.
O porta-voz Micky Rosenfeld adiantou que 3.000 policiais foram escalados para proteger o evento, mas este número pode ser reforçado caso ocorram protestos maiores de opositores.
A polícia havia decidido deslocar 9.000 efetivos para a rua onde ocorreria a passeata depois de uma semana de violentos protestos diários de judeus ultraortodoxos que ameaçavam atacar a manifestação. Durante a passeata gay do ano passado em Jerusalém, um judeu ultraortodoxo feriu a facadas três participantes.
Este ano, os judeus ultraortodoxos receberam o apoio de líderes cristãos e muçulmanos em sua oposição à passeata, pelo que Jerusalém representa para as três religiões.
Originalmente, a passeata deveria ocorrer, como no ano passado, numa rua do centro de Jerusalém, mas depois foi reprogramada para um subúrbio e culminaria com uma concentração no estádio próximo da Universidade Hebraica. Hoje, Rosenberg disse que os organizadores concordaram em realizar apenas a concentração no estádio.
Com agências
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