Em vésperas das eleições parlamentares nos EUA, Partido Republicano tenta conter o estrago político e possivelmente eleitoral causado pelo escândalo envolvendo ex-deputado republicano Mark Foley, acusado de enviar mensagens de conteúdo sexual para adolescentes que trabalhavam como mensageiros e assistentes no Congresso. O mais jovem deles tem 16 anos.
Foley, que fazia parte de uma comissão parlamentar contra a exploração sexual de crianças, renunciou na sexta-feira quando os e-mails se tornaram públicos, pedindo desculpas por seu comportamento.
O FBI, a polícia federal norte-americana, está investigando o caso para descobrir se alguma lei foi desrespeitada.
Outros integrantes do Partido Republicano estão sendo acusados de ter ignorado o escândalo por causa das eleições parlamentares do mês que vem. O caso Foley pode ser um ponto de virada para um eleitorado bastante desiludido com sua classe política em geral, mas a punição maior será em cima dos republicanos.
Para virar o jogo, os democratas precisam ganhar 15 cadeiras na Câmara, onde haverá renovação completa, e 6 no Senado, no qual em disputa estarão apenas 1/3.
Cada cadeira, portanto, é preciosa. Os republicanos terão é claro dificuldades para segurar a vaga de Foley na Flórida, que foi substituído na segunda-feira, mas cujo nome permanece na cédula.
Em perigo também está a cadeira de Tom Reynolds (Nova York), coordenador da campanha eleitoral republicana da Câmara que era próximo do ex-deputado em desgraça e agora é um alvo preferencial da saraivada de denúncias da oposição democrata de que o comando do partido situacionista estava mais preocupado em proteger Foley do que os adolescentes que trabalham no Congresso.
De todos os escândalos que afligem os republicanos - três dos seus deputados já foram indiciados por corrupção - o caso Foley é o mais fácil de entender. Poucas questões indignam mais eleitores com filhos do que escândalos envolvendo membros do Congresso com menores de idade e a impressão de acobertamento.
As más notícias para os republicanos não páram por aí: há fascínio com as intrigas palacianas reveladas no novo livro de Bob Woodward, circulam as últimas estimativas da inteligência pintando um quadro negativo da guerra do Iraque e persistem histórias sobre as gafes racistas de George Allen, o candidato do partido para o Senado pelo estado da Virgínia.
Aliás no Senado, pesquisas nos últimos dias mostram que existe uma possibilidade de reconquista do controle pela oposição democrata.
Fonte:BBC Brasil
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