Bento XVI escolheu a Baviera natal para revelar o seu pessimismo em relação ao mundo ocidental que descreve como vazio da fé cristã e incapaz de dialogar com as outras culturas, enquanto que a religião muçulmana se afirma sem complexos. Um discurso denso, não muito politicamente correcto e que ofendeu os muçulmanos, obrigando o chefe da sala de imprensa do Vaticano, Frederico Lombardi, a dar explicações.
"Com certeza que não foi intenção do Papa fazer um estudo sobre as ideias da Jihad ou dos muçulmanos e muito menos ofender as sensibilidades da fé islâmica. Pelo contrário, o que ressalta do discurso do Santo Padre é um aviso, enviado à cultura ocidental, para evitar o desprezo por Deus e o cinismo que consiste em troçar do sagrado para exercer a liberdade."
Mas além de ser um líder espiritual o Papa é também um chefe de Estado. O seu discurso provocou reacções por parte dos chefes religiosos muçulmanos e pode também prejudicar a diplomacia do Vaticano. Esta sexta-feira o presidente dos assuntos religiosos turcos, Ali Bardaloglu, não deixou passar em claro a declaração. "Não acredito que haja algum benefício em receber a visita de alguém que pensa isso do Islão, do que é sagrado no Islão e do seu profeta." O Papa vai à Turquia no final de Novembro. Uma primeira visita a um país de maioria muçulmana já marcada pela polémica.
Euronews
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