Em 5 de setembro o Tribunal Federal Eleitoral confirmou a legalidade da vitória do conservador Felipe Calderon, de 43 anos, nas eleições presidenciais de julho.
Apaixonado pela política e por seu partido, o Ação Nacional (PAN), Calderón gosta de se apresentar como "o filho desobediente", apesar de sua formação católica e tradicional. Há um ano era um nome pouco conhecido pelos eleitores, mas em cinco meses conseguiu derrotar o até então favorito nas eleições de 2 de julho, o esquerdista Andrés Manuel López Obrador.
"Sou como os bons cavalos, que partem da linha de trás", assegura este ex-deputado federal e ex-ministro de Energia de classe alta, aspecto pacífico e discurso nada exaltado. Durante a campanha, Calderón mudou sua estratégia, adotando um tom agressivo no qual apresentava López Obrador como "um perigo".
Depois da eleição, o candidato do PAN modificou seu tom: deixou de lado o confronto e não respondeu ao discurso desafiante de López Obrador.
Entretanto em vez de reconhecer com dignidade a derrota Obrador,o candidato da coalisão Pelo bem de todos empreende uma ação que o México moderno ainda não conhecia. O ex-prefeito da capital organiza marchas e comícios sem fim de protesto de seus partidários, bloqueia estradas, praças e repartições do governo.
No congresso dos deputados foi frustrado o tradicional discurso do presidente Vicente Fox. Nas cidades sente-se nervosimo, a polícia está atenta como nunca. Ou seja, Obrador quer compensar nas ruas o que não conseguiu nas urnas. Mais do que isto, ele está disposto a formar um gabinete alternativo para colocar empecilhos à atividade do presidente legalmente eleito.
Depois de López Obrador otem outra vez se recusar a aceitar avítória de Calderón, este se limitou a exortar o esquerdista a se comportar como um "democrata" e a "reconsiderar sua atitude".
Praticamente, após a decisão do Tribunal Federal Eleitoral , Lopes Obrador perdeu toda esperança de ocupar no futuro o mais alto cargo do país: no México moderno ele ficou involuntariamente fora do tempo e do espaço. Se no país não ocorrer qualquer acontecimento extraordinário, em 1o de dezembro o cargo de presidente será ocupado pelo vencedor legal, Felipe Calderon.
Biografia
Educado pelos maristas, Calderón teve uma carreira rápida no PAN.
Em 1996, substituiu na presidência Carlos Castillo Peraza, seu mentor político, numa sucessão amarga e que provocou a separação definitiva entre eles.
O mesmo ocorreu com Fox, que o derrotou na eleição de 1999. Em protesto, Calderón abandonou a cena pública e foi para Harvard fazer um mestrado em Administração Pública.
Calderón entrou no PAN quando seu pai, Luis Calderón, abandonou o partido porque considerava que este havia perdido o orgulho de seus fundadores, católicos militantes num momento em que o clericalismo era perseguido em vários estados.
O PAN estava sendo invadido por empresários e jovens dispostos a se vingarem e tomarem o poder. Neste grupo, estava Felipe Calderón.
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