O Clube Atlético Mineiro chega prostrado ao seu centenário. Cansado de muitas guerras e incontáveis batalhas, o Clube não resistiu aos seus maiores adversários: os limitados comandantes, os equivocados diretores.
O Clube Atlético Mineiro chega prostrado ao seu centenário. Cansado de muitas guerras e incontáveis batalhas, o Clube não resistiu aos seus maiores adversários: os limitados comandantes, os equivocados diretores. O time que está em campo é o mais fiel retrato de sua diretoria. Não convence os torcedores; não sabe armar uma grande jogada; dá passes errados; e inúmeras bolas foras. Tudo, uma triste paródia de si mesmo, cantada em plena luz do dia. É o deprimente e lamentável espetáculo, um desfigurado fantasma de anos de lutas e glórias.
Há muito o que festejar e quase nada o que se comemorar. O torcedor se cansou de torcer contra o vento, agora ele quer remar a favor da correnteza da história. Plantar times e colher glórias, como as outras gerações nos ensinaram. É preciso estancar o processo de americanização do Clube Atlético Mineiro, é preciso resgatar a nossa tradição, é preciso reciclar os limitados.
Quando pergunto pelos nossos diretores, pelos nossos conselheiros, tenho como resposta a frase da velha canção: estão em casa, guardados por Deus, contando o seu vil metal. Muitos, silenciados pela omissão, outros tantos calados pelas fartas comissões e a maioria rendida pelo tempo. Todos, escondidos, acorvadados.
Enquanto isso, sobre o gramado verde dos nossos sonhos, aguado pelas nossas lágrimas, entra em campo o time escalado pelos incompetentes, dando passes para a nossa inevitável vergonha. Um renovado e angustiante constrangimento. Somos vítimas de um tempo de obscurantismo e de nenhuma transparência, fruto de um inevitável desprezo. Nós não merecemos isso...
Não quero mais acreditar em um time vingador. Pois só vinga aquele que foi dilapidado. Não! Eu não nasci para perder e ganhar. Eu nasci para torcer e vencer, como o mais nobre e verdadeiro galo, aquele que todos as noites, diante da mais fria e profunda escuridão, bate as asas, estufa o peito, e canta soberano a sua verdade, acendendo, sozinho, um novo e ensolarado dia; um novo amanhecer.
Petrônio Souza Gonçalves é jornalista e escritor http://petroniosouzagoncalves.blogspot.com
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