O realizador norte-americano Steven Spielberg recusou-se a consultar a parte artística dos Jogos Olímpicos de Pequim, que se realizam em Agosto deste ano. Spielberg explicou que a sua decisão se deve a razões de consciência, acusando a China de não fazer o suficiente para pressionar o Sudão e acabar com o drama humanitário no Darfur.
«A minha consciência não me permite que continue a encarar isto como mais um negócio», afirmou Spielberg em comunicado, citado pela BBC: «Nesta altura, o meu tempo e energia não devem ser gastos em cerimónias olímpicas, mas em fazer tudo o que posso para ajudar a colocar um ponto final nos inqualificáveis crimes contra a humanidade que continuam a ser cometidos no Darfur.»
«O Governo do Sudão tem a maior responsabilidade nestes crimes recorrentes, mas a comunidade internacional, e em particular a China, deviam fazer mais», insiste Spielberg.
O Comité Olímpico Internacional já comentou a decisão de Spielberg, que define como pessoal. «O Comité Olímpico reconhece que o Darfur é um assunto altamente complexo, com circunstâncias trágicas, mas é um caso para as Nações Unidas resolverem», defende o COI, também em comunicado.
Nos últimos anos já morreram pelo menos 200 mil pessoas e há milhões de refugiados, no âmbito do conflito militar na região do Darfur. A China é a principal compradora do petróleo do Sudão, absorvendo dois terços da produção do país, e é acusada de vender armas ao governo sudanês, que aliás tem defendido no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
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