Ryan Gracie tinha tudo para ser um campeão do jiu-jítsu de sucesso. Mas não estava por causa das drogas. Há um ano e meio, a família tentava ajudá-lo a largar a cocaína, mas ele não queria de se tratar , disse a sua viúva Andrea Correa.
O jovem morreu na carceragem do 91º Distrito Policial, na Vila Leopoldina, em São Paulo, onde estava detido por tentativa de furto. No momento em que foi preso ele estava fugindo de um inimigo imaginário , acredita Flávia , a irmã do lutador. Mesmo sendo assim Flávia responsabiliza o estado pela morte dele, segundo Globo.
Ele veio aqui pro Rio uma semana antes [da morte] e tinha uma paranóia, conta Ralf Gracie, irmão do lutador. Segundo ele, o atleta achava que estava sendo perseguido e que alguém queria matá-lo.
Em 14 de dezembro, quando foi preso, Ryan não foi trabalhar em sua academia, em São Paulo. Ele ficou em casa acompanhado de um sobrinho. Foi o garoto, de 17 anos, que percebeu que Ryan estava mais agitado do que o normal. Quando cheguei [à casa de Ryan], ele já tinha saído, afirma Carlos Alberto Vieira, o Russo, primo do atleta. De acordo com a polícia, Ryan segurava uma faca de cozinha ao atacar dois carros. Ele achou que tinha gente atrás dele. Entrou no carro e falou com um senhor 'vamos que estão tentando me pegar', diz Russo.
A irmã de Ryan conta que, depois de ser medicado pelo psiquiatra particular no Instituto Médico-Legal (IML), onde passou por exame de corpo de delito, o lutador ficou alterado. Ele não estava mais quase andando. Tivemos que segurá-lo, conta. Para ela, os remédios causaram o problema. Os parentes dizem que, por volta das 9h de 15 de dezembro, receberam a ligação de um policial dizendo que o atleta estava passando mal. Nós não sabíamos que ele já estava morto, lembra Flávia.
Perguntada quem responsabiliza pela morte do lutador, Flávia é categórica: O estado. O Ryan estava sob a responsabilidade do estado.
A morte está sendo investigada. O Conselho Regional de Medicina apura as ações do psiquiatra Sabino Ferreira Farias Neto, que atendeu o atleta. Já a Corregedoria da Polícia quer saber se houve corrupção ou falta de socorro. O Ministério Público, por sua vez, investiga se o que aconteceu no 91º DP pode ser considerado um crime.
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter