Anda descontente o torcedor com o rendimento da seleção brasileira e sonha com alterações no time na esperança de que o futebol melhore pode desistir. O técnico Dunga pelo menos não por questões táticas ou técnicas, não vai mexer na equipe. A exceção, claro, fica por conta das obrigatoriedades, como contusão ou suspensão de algum atleta. É por estar suspenso (dois cartões amarelos) que Lúcio não joga amanhã contra o Uruguai, no Morumbi. Alex deve ser o substituto.
Dunga acredita que, após várias experiências, encontrou a equipe ideal e está convicto de que mudar não é o caminho mais indicado para fazer a seleção jogar um futebol melhor. Não é porque o jogador tem rendimento ruim numa partida que eu vou tirar. Senão tira a confiança, justifica. E em qualquer profissão, confiança é fundamental.
O treinador até acena com uma mudança de posição. Num prazo bem longo, porém. É lógico que, se o jogador não vai bem em cinco, seis partidas, aí é hora de trocar.
Por enquanto, a seleção continua com está. O quase sempre apagado Vágner Love, por exemplo, segue como titular. Luís Fabiano fica no banco, assim como o lateral-esquerdo Kléber, apesar das atuações pouco convincentes de Gilberto.
O que Dunga quer em relação à pálida atuação no empate por 1 a 1 com o Peru, domingo, é que os jogadores se movimentem mais, procurem explorar as beiradas do campo e sejam mais efetivos na conclusão das jogadas. Uma maior participação no apoio dos laterais Maicon e Gilberto também ajudaria. Na quarta-feira (amanhã) vamos buscar um equilíbrio maior, com um melhor aproveitamento das oportunidades.
A falta de um armador clássico, um jogador que organize o time, outra clara deficiência da seleção, é encarada por Dunga até com resignação. Sinal dos tempos, entende. Hoje, quando um jogador se destaca um pouco, já é colocado como meia-atacante, observa o treinador. Se não formar (o armador) nas divisões de base, fica difícil.
O fato de o Brasil estar em terceiro lugar nas Eliminatórias, com cinco pontos em três partidas (uma vitória em casa e dois empates fora), não incomoda Dunga. É normal, Eliminatórias são sempre difíceis, o importante é a classificação. No entanto, como após a partida contra o Uruguai a seleção só voltará a jogar pelo torneio em meados do próximo ano (14 ou 15 de junho, contra o Paraguai), um tropeço no Morumbi pode criar uma pressão desnecessária sobre a comissão técnica.
O problema é que o jogo contra a irregular seleção uruguaia não vai ser fácil, prevê o treinador. O próximo adversário é sempre mais difícil. Até porque, hoje, não é só o jogador brasileiro que vai novo para o exterior, disse. Os de outros países também. Assim, adquirem rapidamente experiência e disciplina tática. Temos de achar uma forma de superá-los.
TODOS POR UM
Para Dunga, também não é justo que a responsabilidade de decidir as partidas recaia sempre nas costas de Kaká, Ronaldinho Gaúcho e Robinho, as estrelas da seleção. 'Todos os jogadores têm, quando estamos com a bola, liberdade para atacar. Não são só os três (que têm de decidir). Vamos resolver nossos problemas juntos, escreve Estado de Sao Paulo.
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