Numa corrida que começou com a pista bastante molhada e terminou com piso seco, foram as trocas de pneus que acabaram por decidir a maior parte das posições, e neste particular a Ferrari esteve muito melhor que a Renault. Mas Schumacher efectuou mesmo uma corrida extraordinária, recuperando da sexta posição da grelha até ao primeiro posto, mostrando que o seu talento se mantém intocado, a duas corridas do final da sua fabulosa carreira.
O alemão começou a ganhar a corrida quando não trocou de pneus no seu primeiro reabastecimento, mantendo os pneus intermédios com que iniciara a prova numa altura em que a pista estava a secar. Como Alonso não fez o mesmo, Schumacher apanhou o espanhol e passou-o com facilidade, depois de ter estado mais de 25 segundos atrás do rival, ficando com Fisichella à sua frente.
Parando uma volta mais cedo que o italiano, quando as trajectórias estavam quase secas, o piloto da Ferrari passou para a frente mal o Renault regressou à pista, pois Fisichella teve grandes dificuldades em controlar o seu R26 na primeira curva e quando o conseguiu já não foi a tempo de se manter na frente do adversário. A partir daí o romano afundou-se, sendo passado ainda por Fernando Alonso.
Mesmo perdendo mais de um segundo por volta para o rival, Schumacher aguentou a liderança até ao final, vencendo uma corrida em que os Renault tiveram o melhor material, mas disso não tiraram o devido partido. Daí que o alemão tenha qualificado este resultado e a passagem para a frente do Mundial como "um verdadeiro milagre", prometendo tudo fazer para se despedir das competições em beleza, com o oitavo título no bolso.
A Renault teve, ontem, o pássaro na mão e deixou-o fugir. Fernando Alonso estava muito tranquilo na frente depois das primeiras 20 voltas, mas começou a perder a corrida quando trocou os pneus anteriores do seu R26 no primeiro reabastecimento, pois os intermédios usados eram muito mais rápidos que os pneus novos.
Mas o pior foram os nove segundos perdidos no segundo reabastecimento, devido a um problema com a roda traseira direita do seu Renault, que o deixou demasiado longe de Schumacher para poder aspirar ao triunfo. Nem com um andamento diabólico nas últimas dez voltas o espanhol apanhou o seu rival, perdendo pela primeira vez este ano a liderança do Mundial.
Fisichella terminou em terceiro lugar, dando à Renault a consolação de passar para a frente do Mundial de Construtores, enquanto Heidfeld perdeu o quarto posto para Button a duas curvas do final ao ser, primeiro, tapado por Sato e, logo a seguir, abalroado por Barrichello!
Segundo "Fórmula Press"
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