O presidente José Eduardo dos Santos, na abertura da 2ª sessão legislativa, da 3ª legislatura da Assembleia Nacional, em discurso do Estado da Nação, tendo abordado vários assuntos entre eles, a vontade de reduzir a pobreza abaixo dos 35% - se bem me recordo, na entrevista a Henrique Cymerman e emitida na SIC, já tinha referido que estávamos abaixo desse limiar; será que houve algum retrocesso - e, principalmente, pela sismografia decorrente, o fim da parceria estratégica com Portugal.
Este impacto que está a ter quer em Portugal quer noutros meios, nomeadamente, na Europa levou que fosse contactado tanto pela agência LUSA como pela secção portuguesa da Rádio France International (RFI Africa a Liliana Henriques - ver "Convidados" c/ audio) para dar a minha visão.
A ambos, não deixando de sublinhar que nas palavras de Eduardo dos Santos há um certo aviso, afirmei - e reafirmo - que as mesmas foram mais para consumo interno que, propriamente, para provocar algum descalabro nas relações entre os dois Estados.
Ainda assim, é bom que a diplomacia lusa faça alguma coisa para minorar os estranhos socalcos provocados pelas declarações do seu MNE e tornadas quase cataclísmicas pela comunicação social e por uma certa franja política portuguesa.
É que, apesar de achar que as palavras do presidente Eduardo dos Santos foram para consumo interno - se virmos os arquivos, cada vez que há inflamados editoriais do oficioso Jornal de Angola, aparece sempre dos Santos como o temporizador e "amaciador" nas tensas relações políticas que as económicas nunca tiveram percalços - é também verdade que se estranha que as mesmas surjam pouco mais de 48 horas depois do Secretário de Estado da Cooperação e Negócios Estrangeiros de Portugal afirmar que a cimeira entre as cúpulas governativas de Angola e Portugal iriam acontecer não em Novembro. como previsto, mas, já confirmadas, em Fevereiro de 2014.
Vamos aguardar os próximos desenvolvimentos...
Dr. Eugénio Costa Almeida
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