Globo/Veja/Folha/Estadão – o crime organizado – de Homer Simpson a Pateta – bagunçaram a matemática

Laerte Braga

O jornalista Luís Nassif em artigo recente trouxe a baila uma questão decisiva na prática do jornalismo, especificamente, na conduta do jornalista. Nassif afirma, a propósito da série de denúncias feitas pela quadrilha VEJA, que cabe ao jornalista dizer não, ou sim, quando percebe que por trás das denúncias existe manipulação. Se diz sim, aceita, é parte da mentira. Se diz não, preserva-se, observa a ética jornalística.

A última denúncia da quadrilha VEJA a propósito de 200 mil reais a um funcionário da Casa Civil, por conta da compra de TAMIFLU (medicamento produzido por um único laboratório e voltado para o combate à gripe suína), é de um primarismo que faz com que o leitor (quem ainda consegue ler a revista, podridão pura) seja visto como o Pateta, personagem de Walt Disney, simpático personagem, numa concorrência direta com o Homer Simpson, síntese do telespectador do JORNAL NACIONAL na opinião do quadrilheiro William Bonner.

O jornalista Urariano Mota num simples exercício de matemática, coisa de ensino fundamental, mostra que é absolutamente impossível alguém receber 200 mil reais num envelope pardo, dentro de sua gaveta, como afirma a revista.

Vamos lá.

Vinícius de Oliveira Castro é o nome do funcionário que “achou” 200 mil reais num envelope pardo em sua gaveta e ouviu que aquele valor era a “gratificação pela compra do TAMIFLU.

Urariano Mota, no blog www.juntossomosfortes.blogspot.com explica que

“Veja, olhem e vejam como a denúncia cai diante dos olhos da aritmética. Vamos supor que os 200 mil reais estivessem reunidos em cédulas de maior valor, todas portanto de 100 reais. Então haveria 2.000 cédulas de 100. O Banco Central informa que uma cédula de 100 tem as dimensões de 140 x 65 milímetros.
Por sua vez, um bom envelope pardo tem as dimensões de 240 x 340 milímetros.

Agora tentem enfiar 2.000 cédulas de 100 nesse envelope. Seria como, numa abstração máxima, enfiar algo próximo a 223 folhas de papel A4 nesse envelope. Ou, se as notinhas de 100 estiverem bem arrumadas, sem dobrar nem uma, o equivalente a 333 folhas de papel A4. Em um caso ou outro, não dá. O pobre do envelope pardo se rasga.

Notem que estamos supondo que as cédulas de 100 tenham a mesma espessura de uma folha de papel ofício. Na verdade, a relação grama por milímetro quadrado da cédula é maior.

A não ser que, para esse escândalo, a Casa da Moeda tenha rodado cédulas de 300 reais mais leves e finíssimas. Nesse caso, o envelope agüentaria. Mas aí, para a história ser real, a moeda é falsa.”

Na edição do JORNAL NACIONAL, sábado, dia 18, a repercussão do fato. O repórter que tratou das denúncias por pouco não levantou vôo naturalmente no afã de ganhar um assento melhor na távola da quadrilha. Mostrou-se esforçado.

FOLHA DE SÃO PAULO, especialista em desova de cadáveres de presos políticos assassinados pela ditadura (quadrilha também), só não saiu com edições especiais, mas naturalmente no meio da semana vai apresentar um infográfico explicando tudo direitinho e o ESTADO DE SÃO PAULO ainda não obteve a bênção do imperador Pedro II para tratar o fato de forma contundente, vai caber ao velho ESTADÃO, sustentar a mentira durante o resto da semana, quando, lógico, surge a outra denúncia/mentira.

RBS, a GLOBO do Sul, primeiro vai saber se tem algum filho de diretor envolvido em estupro, esconder a notícia e depois mentir.

VEJAmos porque, como demonstra e prova, sem achar que o leitor/eleitor é Pateta ou Homer Simpson, o deputado Brizola Neto, porque o crime organizado na Comunicação apóia José Arruda Serra e mente sem pudor algum, afinal é crime organizado.

CONTRATOS ASSINADOS POR SERRA

27/maio/2010

Contrato: 15/00548/10/04

- Empresa: Editora Brasil 21 Ltda.

- Objeto: Aquisição de 5.200 Assinaturas da “Revista Isto ɔ – 52 Edições – destinada as escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado São Paulo – CEI e COGSP – Projeto Sala de Leitura

- Prazo: 365 dias

- Valor: R$ 1.203.280,00

- Data de Assinatura: 18/05/2010

28/maio/2010

Contrato: 15/00545/10/04

- Empresa: S/A. O ESTADO DE SÃO PAULO

- Objeto: Aquisição de 5.200 assinaturas do Jornal “o Estado de São Paulo” destinada as escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado São Paulo – Projeto Sala de Leitura

- Prazo: 365 dias

- Valor: R$ 2.568.800,00

- Data de Assinatura: 18/05/2010.

29/maio/2010

Contrato: 15/00547/10/04

- Empresa: Editora Abril S/A

- Objeto: Aquisição de 5.200 assinaturas da Revista “VEJA” destinada as escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado São de Paulo – CEI e COGSP – Projeto Sala de Leitura

- Prazo: 365 dias

- Valor: R$ 1.202.968,00

- Data de Assinatura: 20/05/2010.

8/junho/2010

Contrato: 15/00550/10/04

- Empresa: Empresa Folha da Manhã S.A.

- Objeto: Aquisição pela FDE de 5.200 assinaturas anuais do jornal “Folha de São Paulo” para as escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo – CEI e COGSP – Projeto Sala de Leitura

- Prazo: 365 dias

- Valor: R$ 2.581.280,00

- Data de Assinatura: 18-05-2010.

11/junho/2010

Contrato: 15/00546/10/04

- Empresa: Editora Globo S/A.

- Objeto: Aquisição pela FDE de 5.200 assinaturas da Revista “Época” – 43 Edições, destinados as escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo – CEI e COGSP – Projeto Sala de Leitura

- Prazo: 305 dias

- Valor R$ 1.202.968,00

- Data de Assinatura: 20/05/2010

http://www.tijolaco.com/26546

A conclusão é simples, a turma está toda no bolso. Comprada. De rabo preso com o esquema que apóia a candidatura de José Arruda Serra.

A propósito, o candidato tucano viveu momentos complicados num comício no Sergipe. O candidato do seu partido ao Senado não apareceu. Está apoiando Dilma, sumiu quando Serra chegou. Um candidato a deputado federal cismou de denunciar o fato do palanque e ficou repetindo que o candidato apóia Dilma e não Arruda Serra. Constrangimento total até que, irritado, Arruda Serra pediu ao candidato que parasse de falar no nome da candidata petista. O efeito estava sendo ao contrário.

Não existe mídia privada independente. Mas podre. Crime organizado, quadrilhas. E jornalistas que dizem amém são cúmplices. O que lhes pagam os chefões cabe num envelope pardo, são baratos, a quantidade de notas de cem é bem menor. E não tem necessidade de colocar na gaveta, é as claras, basta ver os caras com de quatro diante das câmeras, no delírio do “cumpri a missão chefe”.

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey