Base: Primeiro prognóstico para 2008 - Fonte IBGE
O IBGE realizou, em outubro, o primeiro prognóstico das áreas plantadas ou a plantar, bem como da produção para a safra de 2008, nas regiões Sudeste, Sul, Centro-Oeste e nos estados de Rondônia, Maranhão, Piauí e Bahia. A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas para 2008 é estimada em 137,084 milhões de toneladas, maior 2,9% que a obtida em 2007.
Para a estimativa da produção nacional 2008, somaram-se os valores levantados nas regiões e estados onde a pesquisa foi realizada com valores encontrados em uma projeção, efetuada a partir de informações de anos anteriores para as culturas de inverno (aveia, centeio, cevada e trigo), e para os produtos de segunda e terceira safras, que por força do calendário agrícola ainda não dispõem das primeiras estimativas, além dos demais estados onde não foi feita a pesquisa de prognóstico. As informações da pesquisa do prognóstico representam 81,7% da produção nacional prevista, enquanto as projeções realizadas respondem por 18,3% do valor total.
Primeiro prognóstico da safra 2008 mostra crescimento de 3,3% na área a ser colhida
Essa avaliação inicial da área a ser colhida em 2008, quando considerados os onze produtos investigados, é de 47,1 milhões de hectares, superior em 3,3% à área colhida este ano, que foi de 45,6 milhões de hectares. Em termos absolutos, esse crescimento totaliza 1,5 milhão de hectares.
Dentre os onze produtos investigados, sete apresentaram variação positiva em relação à área colhida em 2007: algodão herbáceo em caroço (4,4%); amendoim em casca 1ª safra (2,5%); arroz em casca (3,0%); cana-de-açúcar (7,9%); mandioca (0,8%); milho em grão 1ª safra (4,6%); e soja em grão (2,0%). Com variação negativa, batata inglesa 1ª safra (3,2%); cebola (1,4%); feijão em grão 1ª safra (0,6%); e fumo em folha (3,3%).
Em relação às produções esperadas, apresentam variação positiva os seguintes produtos: algodão herbáceo em caroço (8,6%); amendoim em casca 1ª safra (3,1%); arroz em casca (6,8%); cana-de-açúcar (8,1%); feijão em grão 1ª safra (0,7%); milho em grão 1ª safra (5,3%); e soja em grão (1,8%). Com variação negativa, batata-inglesa 1ª safra (1,9%); cebola (1,1%); fumo em folha (1,4%); e mandioca (0,4%).
Algodão (em caroço)
Neste primeiro prognóstico aguarda-se uma produção de algodão em caroço da ordem de 4,157 milhões de toneladas, contra 3,828 milhões de toneladas obtidas em 2007, um crescimento de 8,6%. Este ganho de produção está diretamente ligado ao aumento da área plantada e do rendimento esperado, especialmente nos estados da Bahia (13,6% na área e 6,9% no rendimento esperado) e Mato Grosso, principal produtor, com 52% da produção nacional (3,7% na área e 2,4% no rendimento esperado). O fator que mais contribuiu para este acréscimo foi a manutenção dos preços do produto, tanto no mercado interno quanto no externo. No Mato Grosso, a maioria dos produtores constitui condomínios, destinando a produção diretamente no mercado internacional, através de contratos futuros, obtendo, desta forma, melhores resultados.
Arroz (em casca)
No caso do arroz, nesta primeira avaliação nacional para 2008, a produção esperada é de 11,977 milhões de toneladas, 6,8% superior à obtida em 2007. Este acréscimo se deve ao Rio Grande do Sul, principal produtor, com incremento de 11,2% na produção esperada e 10,6% na área plantada. Destaca-se, ainda, que o Mato Grosso, principal produtor no Centro-Oeste, apresentou queda na área cultivada (8,6%), devido à preferência dos produtores pelo plantio de soja, que tem maior liquidez, e pela redução do desmatamento e maior fiscalização dos órgãos ambientais.
Feijão (em grão) 1ª safra
No primeiro prognóstico para a safra nacional de feijão das águas em 2008, espera-se uma produção de 1,813 milhão de toneladas, o que reflete um crescimento de apenas 0,7% frente à produção alcançada em 2007 (1,799 milhão de toneladas). O resultado se deve a problemas enfrentados pelos produtores, principalmente na região Sul, onde a falta de chuvas inviabilizou o plantio de muitas áreas na época recomendada.
Milho (em grão) 1ª safra
A produção esperada para milho 1ª safra é de 38,261 milhões de toneladas, 5,3% superior à observada em 2007, devido ao aumento da área plantada nos grandes estados produtores. Contribuiu para esse quadro a boa cotação que o produto vem mantendo em face da menor oferta pelo maior produtor mundial (EUA), que está destinando parte de sua safra para a fabricação de etanol.
Soja (em grão)
Quanto à soja, o prognóstico para 2008, de 59,322 milhões de toneladas, indica crescimento de 1,8% frente ao volume obtido em 2007. A área a ser colhida mostra um acréscimo de 2,0%, enquanto o rendimento esperado apresenta um decréscimo de 0,2%, sendo respectivamente, 21,047 milhões de hectares e 2.819 kg/ha. Nesta primeira estimativa verificou-se certo atraso no plantio, em função da estiagem que se abateu sobre as regiões produtoras. As cotações da soja vêm atingindo patamares superiores aos alcançados em safras anteriores.
Destaca-se também a preocupação dos produtores com relação ao fenômeno La Niña, que vem sendo previsto pelos especialistas em climatologia. Aliado ao atraso no plantio, ele poderá provocar mudanças nos resultados finais. Até o momento, a implantação das lavouras está sendo realizada com bom nível tecnológico.
Em 2007, safra de grãos deverá crescer 13,9%
A estimativa de outubro da safra nacional de grãos aponta para uma produção de 133,3 milhões de toneladas, 13,9% maior que a de 2006 (117,0 milhões de toneladas) e apenas 0,1% menor do que a estimativa do mês anterior. O arroz, o milho 1ª e 2ª safras e a soja, os três principais produtos da safra, somaram 121,0 milhões de toneladas, representando 90,8% da produção nacional.
A área cultivada em 2007 sofreu uma pequena retração (0,2%), situando-se em 45,5 milhões de hectares. Entre os principais produtos cultivados, a soja apresentou a maior redução de área, com cerca de 1,4 milhão de hectares. Nas Grandes Regiões, a produção de grãos, em toneladas, ficou distribuída da seguinte forma: Sul (59,9 milhões); Centro-Oeste (44,0 milhões); Sudeste (15,9 milhões); Nordeste (10,1 milhões); e Norte (3,5 milhões).
Em outubro, dois produtos destacaram-se com variações nas estimativas de produção frente a setembro: cevada em grão (+2,2%) e trigo em grão (-1,7%). O resultado verificado na cevada em grão deveu-se à reavaliação na estimativa do Rio Grande do Sul, em virtude da inclusão de novas áreas, agora consideradas pelo LSPA. No caso do trigo em grão, o motivo foi a queda do rendimento médio em praticamente todos os estados produtores, como conseqüência de problemas de ordem climática, notadamente no Rio Grande do Sul, onde fortes chuvas e fenômenos meteorológicos, como vendavais e granizo, determinaram a queda de produtividade da cultura.
Dezesseis culturas tiveram variação positiva na estimativa de produção frente a 2006
Dentre os 25 produtos analisados, 16 apresentaram variação positiva na estimativa de produção frente a 2006: algodão herbáceo em caroço (32,8%); amendoim em casca 2ª safra (18,2%); batata-inglesa 1ª safra (22,6%); batata-inglesa 2ª safra (4,1%); cacau em amêndoa (9,6%); cana-de-açúcar (13,1%); cebola (4,3%); cevada em grão (33,3%); feijão em grão 1ª safra (14,1%); laranja (1,2%); mandioca (2,7%); milho em grão 1ª safra (15,7%); milho em grão 2ª safra (35,9%); soja em grão (11,3%); trigo em grão (59,3%); e triticale (2,7%). Os produtos com variação negativa foram: amendoim em casca 1ª safra (10,2%); arroz em casca (2,5%); aveia em grão (35,7%); batata-inglesa 3ª safra (2,0%); café em grão (16,0%); feijão em grão 2ª safra (19,9%); feijão em grão 3ª safra (0,9%); mamona em baga (2,2%); e sorgo em grão (14,3%).
Com a colheita dos produtos da safra de verão encerrada nos grandes centros produtores de grãos, aguarda-se apenas a conclusão no Nordeste. Por força do calendário agrícola esta região ainda apresenta algumas lavouras por colher. No momento, estão em processo de acompanhamento de campo apenas as culturas de 2ª e 3ª safras, bem como as de inverno. O trigo, principal produto da safra de inverno, embora tenha enfrentado problemas de estiagem, apresenta uma produção 3.953.223 t mostrando um significativo acréscimo de 59,3% frente à obtida na safra anterior. Lembramos que a safra passada foi seriamente prejudicada por adversidades climáticas como estiagem no início do ciclo da cultura, altas temperaturas no início do inverno e geadas entre o final de agosto e princípio de setembro.
Ricardo Bergamini
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