Um acidente nas obras da Estação Pinheiros do metrô de São Paulo, nesta sexta-feira, abriu uma grande cratera próximo ao prédio da Editora Abril, e vários caminhões teriam tombado no local. Um operário que trabalhava nas obras afirmou à TV Globo que, na quinta-feira, o túnel que se ligava ao fosso que desabou apresentava rachaduras. Pedindo para não ser identificado, ele disse que as falhas foram cobertas com concreto. "O túnel estava trincado e foram pedidos 5 metros de projetado [concreto] para cobertura do túnel, para que a fiscalização não visse", disse.
O gerente de construção da linha 4 do Metrô de São Paulo, Marco Antônio Buoncompagno, revelou que os responsáveis pela obra já tinham identificado, na última quinta-feira, um rebaixamento do teto de um dos túneis ligados ao fosso que desabou nesta sexta-feira. Segundo o funcionário do Metrô, foram tomadas providências para corrigir o problema. "Como vocês podem ver, não houve tempo suficiente para corrigir, disse, segundo o portal G1. O gerente admitiu que o solo do terreno, localizado próximo ao rio Pinheiros, é "difícil". "Nós sabíamos e confiamos em todo projeto", disse.
O gerente de engenharia do Metrô, Ricardo Leite, também reconheceu o rebaixamento do nível no teto do túnel e lamentou que as providências para contê-lo "não tenham chegado a tempo". Funcionários da obra foram destacados para reforçar a estrutura com barras, mas não conseguiram concluir o serviço até o momento do acidente.
O secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, José Luiz Portella, negou que o desabamento nas obras da área tenha sido provocado por erro técnico na construção dos túneis. As autoridades afirmaram que as causas do acidente só poderão ser reveladas após perícia do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), ligado à Universidade de São Paulo (USP).
Porém, o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo (CREA-SP), já adiantou que o tipo de solo da região é a causa mais provável de acidente. À beira do rio Pinheiros, a região seria uma área de várzea, com terreno poroso.
O Consórcio Via 4-Amarela, responsável pelas obras, emitiu nota na tarde deste sábado informando que as primeiras evidências apontam as fortes chuvas que atingiram São Paulo na última semana como provável causa do desmoronamento. O consórcio reúne as construtoras Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Camargo Correa e Andrade Gutierrez.
O Corpo de Bombeiros vai manter o número de carros e homens no trabalho de resgate às vítimas do desabamento do canteiro de obras da Estação Pinheiros da Linha 4-Amarela do Metrô na madrugada deste domingo (14).
Segundo o coronel João dos Santos Souza, são 10 carros e 30 homens trabalhando em conjunto com a equipe do Consórcio Via Amarela, que opera toda a infra-estrutura e é responsável pelas obras da Linha 4.
De acordo com a assessoria do Consórcio Via Amarela, cerca de 70 pessoas da empresa estão trabalhando em conjunto com o Corpo de Bombeiros na procura das vítimas e operação de máquinas e escavadeiras.
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