Depois de dois mese de atrasos e cancelamentos de vôos o Governo brasileiro decidiu descentralizar o controle do tráfego aéreo e duplicar os equipamentos de comunicação e controle de vôo , informou ontem o comandante da Aeronáutica, Luiz Carlos Bueno. . A decisão foi tomada em reunião que Bueno com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o ministro da Defesa, Waldir Pires, tiveram nesta quinta-feira.
Segundo ele, num prazo de seis a oito meses, o controle aéreo dos vôos do Rio de Janeiro e São Paulo serão repassados para centros dessas cidades que deverão ser ampliados. O objetivo é desafogar o tráfego aéreo de Brasília exercido pelo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta 1), hoje responsável por 80% do tráfego aéreo, ou seja, 2.600 vôos diários.
Bueno informou que serão adquiridos novos equipamentos para viabilizar a mudança. Além disso, serão instalados sistemas alternativos de controle aéreo em Porto Alegre e Belém. Já existem centros de Controle em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Manaus e Curitiba.
Ele negou que tenha pedido demissão do cargo por causa do apagão aéreo de terça-feira. "Não havia motivo nenhum para eu entregar o cargo", afirmou. Segundo ele, o presidente ficou "muito satisfeito" com as medidas tomadas por eles para sanar os problemas do setor e evitar que novos problemas venham a ocorrer.
O comandante da Aeronáutica reconheceu que a Força Aérea Brasileira (FAB) não tinha um técnico especializado que identificasse a pane ocorrida no sistema de comunicações da última terça-feira que provocaram o maior apagão aéreo ocorrido até esta quinta. "Levamos quase seis horas para identificar o erro", contou. Ele explicou que o problema ocorreu porque havia dois sistemas interligados e os dois caíram simultaneamente.
Segundo o brigadeiro, nunca antes houve um problema semelhante. Foi confuso ao comentar a situação dos equipamentos do Cindacta 1. Primeiro afirmou que os equipamentos estavam desgastados e os softwares desatualizados. Depois, negou que tivesse feito tal avaliação.
Ele afastou a hipótese de que o objetivo do governo ao descentralizar o controle do tráfego aéreo tenha sido enfraquecer o movimento dos controladores de vôo que desde o acidente com o Boeing da Gol, em 29 de setembro, têm reivindicado melhores condições de trabalho e elevação de salário.
Bueno anunciou ainda a assinatura de contrato pela Força Aérea Brasileira (FAB) com empresa fabricante de equipamentos de comunicação (manutenção, corretiva e preventiva do sistema) com acompanhamento de engenheiros da FAB. O brigadeiro disse ainda que serão liberados recursos para a aquisição de novos equipamentos via satélite e de comunicação por telefone.
Uma equipe do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e do Centro Tecnológico da Aeronáutica (CTA) deverão trabalhar na identificação de potenciais falhas que possam existir em outros Cindactas para agir de forma preventiva.
Alem das informações de Bueno ,duas fontes do governo, uma delas da àrea militar, disseram que o presidente Lula decidiu manter na esfera do Ministério da Defesa e do Comando da Aeronáutica a gestáo da crise do tráfego aéreo.
A primeira medida será a aquisição de quatro equipamentos de comunicação semelhantes ao que falhou na terça-feira. Cada equipamento desse tipo custa cerca de US$ 2,5 milhões. fonte.
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Paulo Bernardo, foram encarregados de garantir recursos para a compra dos equipamentos. Se for necessário, uma medida provisória para liberar recursos suplementares do Orçamento de 2006 ser editada.
Lula determinou que a crise seja tratada como questão técnica, priorizando a segurançaa dos passageiros, segundo as fontes. O presidente não aceita que a crise seja artificialmente politizada, disse um auxiliar direto do presidente.
Agência Estado
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