Geraldo Alckmin quer levar o país à recessão e o governo federal à inoperância. Este é o sentido da proposta de ajuste fiscal feita hoje por seu assessor econômico, Yoshiaki Nakano, em entrevista ao jornalista Terry Wade, da agência Reuters (http://noticias.uol.com.br/ultnot/reuters/2006/10/09/ult27u58321.jhtm).
Nakano, apresentado como "potencial ministro da Fazenda" de um eventual governo Alckmin, quer fazer um corte anual de R$ 60 bilhões - ou 3% do PIB - no Orçamento Geral da União. Se efetuado, este corte seria equivalente a 13% do total das receitas líquidas do Orçamento do Governo Federal de 2006, que é de R$ 454,5 bilhões.
Sem uma reforma constitucional, só haveria um lugar onde efetuar esta redução: as chamadas despesas discricionárias, ou seja, custeio e investimentos dos ministérios. Em 2006, por exemplo, estas despesas são da ordem de R$ 82,7 bilhões.
Nakano, no entanto, aponta o "deficitário sistema de Previdência Social" como um dos principais alvos deste corte monumental, além de não ter identificado o que entende por "gordura" na burocracia pública.
Em outras palavras, o possível futuro ministro de Alckmin propõe a paralisia da máquina administrativa, com três conseqüências graves:
1) reduzir os benefícios conquistados pelos idosos, como a melhoria do salário mínimo concedida pelo governo Lula, que foi criticada por vários economistas tucanos;
2) interromper o processo de redução da pobreza e da desigualdade que vem sendo registrado nos últimos 4 anos, detectada em estudos da FGV, IPEA e BNDES;
3) provocar uma séria recessão, já que haveria queda na renda da população e nos investimentos públicos alavancadores da economia.
A abordagem correta, defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é continuar a política atual, marcada por um ajuste fiscal responsável, queda da inflação e da taxa de juros (que ainda absorvem parte importante do orçamento), e forte geração de empregos formais e aumento da renda per capita, acelerando assim o crescimento econômico.
Marco Aurélio Garcia
Coordenador da campanha da coligação A Força do Povo (PT, PRB e PCdoB)
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