O preço do prato básico do brasileiro está em alta após sucessivas quedas nas últimas semanas. O feijão é líder no quesito e passa a custar 7,92% a mais entre a semana passada e esta, com o quilo saindo das prateleiras a R$ 2,59. Há uma semana, cobrava-se R$ 2,40. O arroz acompanhou a leguminosa; o valor do pacote de 5 kg agora é de R$ 6,87; em relação aos R$ 6,44 anteriores, elevação de 6,68% no período.
A cesta básica regional, que soma 34 produtos, está orçada em R$ 362,58. Há um mês, ela custava R$ 363,81. A pesquisa é da Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André.
Não é incomum o encarecimento dessa mistura em outubro. O engenheiro agrônomo da Craisa, Fábio Vezzá De Benedetto, explica que a colheita de feijão neste mês vem do que foi plantado no meio do ano, de clima frio. "Essa não é uma época de grande produção, é muito seca, requer alta irrigação e não é todo produtor que investe no plantio", afirma. Benedetto acrescenta que não há riscos de uma trajetória de aumentos de preço no feijão porque neste ano o inverno não foi tão rigoroso, como no ano passado, que deixou o quilo a R$ 4,18 em outubro. "Também porque a oferta, apesar de menor, ainda foi melhor do que no ano passado."
Mas o agrônomo vê com bons olhos o incremento nos custos do arroz. Assim como a leguminosa, os preços não tendem a despontar, a correção nos preços irá incentivar a produção do grão, prevê. O plantio ocorre apenas uma vez por ano, na primavera, e a colheita que abastece os lares durante todo o ano é feita entre fevereiro e março. "Se não houver incentivos à produção, o País corre o risco de sofrer um desabastecimento", justifica.
VARIAÇÃO - No grupo alimentício, que salgou 1,27% na semana, o feijão ainda ganhou o segundo lugar entre os produtos que mais variaram de preço. Chega a 75,88% - perde apenas para o fubá, em que a diferença atinge 78,65%. Em Diadema está o quilo do grão mais caro das sete cidades, com preço de R$ 3,50. O mais barato está em Santo André (R$ 1,99).
Frequentemente, os hortifruti têm as maiores flutuações nas cotações. Nesta semana não foi diferente, com o preço da batata variando 306,12% - parte de R$ 0,49, em supermercados de Diadema, Mauá e Ribeirão Pires, e bate R$ 1,99, em Santo André.
O especialista da Craisa ressalta que, muitas vezes, produtos desse grupo são usados como chamarizes para aumentar o consumo. Fator que explica o porquê de as unidades de compras venderem abaixo dos custos do atacado (50 kg de batata custam R$ 45, segundo a Craisa, o que significa R$ 90 o quilo). O valor é bem maior do que o praticado em alguns supermercados da região. "São promoções que os estabelecimentos fazem ao longo da semana", pondera.
Arroz e feijão são vilões da cesta básica
Vinicius Gorczeski
Especial para o Diário
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