Por ANTONIO CARLOS LACERDA
Correspondente Internacional
LONDRES/INGLATERRA (PRAVDA.RU) - Estudos do Fórum Econômico Mundial informam que a falta de infraestrutura, de regulação, de mão-de-obra qualificada e de investimentos, somados à violência urbana generalizada em todo o País, acabam se sobrepondo às vantagens das belezas naturais brasileiras e colocando o Brasil no humilhante 52º Lugar no ranking mundial da competitividade no setor de turismo internacional.
No quesito riquezas naturais o Brasil desbancou todos os 139 países analisados pelo Forum Econômico Mundial e marcou o primeiro lugar, principalmente pela diversidade de espécies animais existentes, com a fauna mais rica do mundo, além do número de lugares considerados patrimônios da humanidade, da quantidade de áreas protegidas e da qualidade do meio ambiente.
Entretanto, apesar de ser considerado o País com a maior riqueza natural do mundo, o Brasil não consegue ser competitivo na indústria de turismo e perde espaço para outras nações, ficando apenas com o 52º lugar na classificação geral do ranking de competitividade no turismo deste ano, perdendo sete posições na comparação com o levantamento anterior.
As piores avaliações foram obtidas em critérios como a infraestrutura de transportes, a ausência de trabalhadores qualificados e as regras para o estabelecimento de negócios no setor. O Brasil aparece, por exemplo, como um dos países onde mais tempo se leva para abrir uma empresa. O peso do crime, principalmente homicídios, e da violência também desfavorece o País.
A própria Fifa está preocupada com a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, exatamente pela violência urbana - bandido que ataca o cidadão e polícia que não respeita a cidadania - e a falta de infraesterutra no setor de turismo no País. A violência urbana tem como protagonistas o marginal e a própria polícia, que agridem e desrespeitam os direitos humanos do cidadão e a família no Brasil.
O levantamento mostrou ainda a falta de prioridade dada à indústria de turismo, em razão dos baixos investimentos do governo. "A rede de transportes continua pouco desenvolvida e a qualidade das estradas, portos e trens precisa de melhorias", diz o estudo.
O Fórum Econômico Mundial destaca que a competitividade do Brasil nessa área fica abalada também em razão dos elevados impostos que recaem sobre o transporte. O levantamento aponta a alta taxação embutida nas passagens aéreas e as tarifas cobradas pelos aeroportos.
Dessa forma, o Brasil acabou superado no ranking, por exemplo, pelo México, que subiu oito posições e agora está em 43º. Além das riquezas naturais e culturais, o México vem dando prioridade ao turismo, com uma série de campanhas para atrair visitantes.
Entre os 139 Países analisados pelo Fórum Econômico Mundial, a Suíça, a Alemanha e a França forma considerados os mais atraentes para o desenvolvimento da indústria de turismo.
Conforme o Fórum, existe grande expectativa em relação à crescente procura da população dos países emergentes por turismo, principalmente entre os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China).
Os Brics representam 42% da população mundial e fazem os empresários do turismo "sonharem com uma enorme demanda esperando para ser liberada, já que o aumento da prosperidade permitirá que as pessoas viagem para fora".
Apesar da retração mundial da indústria de turismo durante a crise financeira global, as viagens e os gastos dos chineses no exterior continuaram crescendo 4% entre 2008 e 2009.
Entretanto, o estudo mostra que a demanda emergente ainda não atingiu o volume necessário para desbancar a procura dos países ricos como principal condutora do setor mundial de turismo.
Na China, a receita por passageiro por quilômetro está bem abaixo da média mundial e assim deve ficar até 2025, prevê o Fórum Econômico Mundial. "Até 2025, ainda haverá uma enorme diferença entre a atividade de viagens na China e nas economias desenvolvidas."
ANTONIO CARLOS LACERDA é Correspondente Internacional do PRAVDA.RU. E-mail:- [email protected]
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