Produto Interno Bruto dos Municípios Fonte IBGE
Base: Ano de 2007
Administração pública é responsável por mais de um terço da economia em quase 34% dos municípios brasileiros
Em 2007, entre os 5.564 municípios do país, São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG) e Curitiba (PR) eram, nessa ordem, os de maior Produto Interno Bruto municipal , e respondiam, juntos, por quase um quarto da economia brasileira. Os cinco menores PIB eram, em ordem decrescente, de Olho D´Água do Piauí (PI), São Luís do Piauí (PI), Areia de Baraúnas (PB), São Miguel da Baixa Grande (PI) e Santo Antônio dos Milagres (PI). Somados, eles representavam cerca de 0,001% do PIB do País.
Já as 27 capitais eram responsáveis por 34,4% do PIB brasileiro, sendo que, a maior parte das economias de cada uma das unidades da federação estava concentrada em cinco de seus municípios.
Em relação às atividades econômicas , 202 municípios concentravam, aproximadamente, 25% do valor adicionado bruto (VAB) da Agropecuária do país, dez municípios concentravam cerca de 25% do VAB da Indústria e apenas dois municípios concentravam até 25% do VAB dos Serviços em 2007.
A participação de Osasco (SP) e a posição de Alto Horizonte (GO) no PIB do país mostraram as maiores elevações entre 2006 e 2007. Já São Francisco do Conde (BA) teve o maior PIB per capita e Jacareacanga (PA), o menor: R$ 239.506 e R$ 1.566, respectivamente. Entre as capitais , Vitória (ES) e Teresina (PI) estão nos dois extremos desse ranking, com PIB per capita de R$ 60.592 e R$ 8.341.
Os municípios também mostraram grande dependência da administração pública, que era responsável por mais de um terço da economia em 33,8% deles.
A seguir, as principais informações do Produto Interno Bruto dos Municípios 2003-2007:
O IBGE, em parceria com os Órgãos Estaduais de Estatística, Secretarias Estaduais de Governo e Superintendência da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA, apresenta, os resultados do Produto Interno Bruto dos Municípios - 2003 a 2007. A renda gerada pelos cinco municípios com os maiores PIB, em 2007, era, aproximadamente, 25% do PIB do País. Todos eles eram capitais.
Os 50 municípios no topo do mesmo ranking geravam metade do PIB brasileiro. Já os 1 342 municípios com as menores economias responderam por até 1% do PIB do país. Essa distribuição era praticamente a mesma em 2006. Entre os 50 municípios com as maiores economias, em 2006 e em 2007, havia apenas uma novidade: Itajaí (SC), que ganhou participação em função de incentivos fiscais a empresas importadoras.
Na Região Norte, os sete municípios de maior PIB agregavam, aproximadamente, 50% do total da região. No Nordeste, os 21 municípios no topo do ranking representavam metade do PIB, no Sudeste, 13, e no Sul, 27. Brasília agregava 42,4% do PIB do Centro-Oeste e, se retirarmos esse município do cálculo, eram necessários 16 municípios para agregar aproximadamente 50% das riquezas da região.
Quatro entre os cinco municípios com os menores PIB do país eram do Piauí
O município de menor PIB em 2007 foi Santo Antônio dos Milagres (PI), seguido por São Miguel da Baixa Grande (PI), Areia de Baraúnas (PB), São Luís do Piauí (PI) e Olho D´Água do Piauí (PI). A soma do PIB destes municípios representava 0,001% do PIB do País.
Na Região Norte, os 30 municípios de menor PIB estavam no Tocantins, exceto Santarém Novo (PA); no Nordeste, estavam no Piauí, Paraíba e Rio Grande do Norte; no Sudeste, em Minas Gerais, exceto Nova Guataporanga (SP). Todos os estados do Sul tiveram municípios entre os 30 com menor PIB. No Centro-Oeste, somente o Mato Grosso do Sul não tinha nenhum município nessa lista.
Maior parte da economia de cada estado está concentrada em cinco de seus municípios
De maneira geral, na maioria dos estados do Norte e Nordeste, os cinco municípios com as maiores economias concentravam mais de 50% do PIB de seus estados. As exceções foram Tocantins e Bahia, onde esta concentração era de 46,0% e 46,9%, respectivamente. O Sudeste não apresentou padrão específico, sendo que os cinco maiores municípios do Espírito Santo e do Rio de Janeiro concentravam mais de 65% do PIB dos seus estados. No Sul e Centro-Oeste, essa concentração era bem menor, exceto no Mato Grosso do Sul (54,4%).
O Amazonas mostrou a maior concentração: os cinco municípios com os maiores PIB representavam 87,7% do PIB do estado, e o Amapá (87,6%) vinha a seguir. Já Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Minas Gerais tinham as menores concentrações: 35,8%, 36,0% e 37,8%, respectivamente.
Em 2007, as 27 capitais brasileiras eram responsáveis por 34,4% do PIB nacional
Em 2007, São Paulo, a capital paulista apresentou a maior participação (12,0%) no PIB do País e Palmas (TO), a menor. Florianópolis (SC) foi a única capital que não ocupou a primeira posição no seu Estado, pois Joinville e Itajaí tinham as duas maiores participações dentre os municípios catarinenses.
O conjunto das capitais brasileiras representava 34,4% da economia nacional: as da Região Norte foram responsáveis por 2,4%; as do Nordeste, 4,5%; asdo Sudeste, 19,4%; as do Sul, 2,9% e as do Centro-Oeste, por 5,1%. Santa Catarina era o Estado que apresentava a menor dependência da sua capital, em toda a série. No outro extremo estava Manaus, responsável por 81,9% do PIB do Amazonas.
Participação de Osasco (SP) e posição de Alto Horizonte (GO) no PIB do país tiveram as maiores altas
A análise dos ganhos e perdas na participação percentual do PIB de 2006 para 2007, considerando-se os municípios com pelo menos 0,5% do PIB nacional, a maior elevação de participação relativa foi de Osasco (SP) (+0,2%) devido aos serviços, especialmente aos de intermediação financeira. A maior perda foi de Campos dos Goytacazes (RJ) (-0,2%), com da baixa no preço petróleo, em reais.
Outra análise considera os maiores ganhos e perdas de posição no ranking dos 5.564 municípios do País no biênio 2006-2007 (gráfico 5): os maiores ganhos ocorreram em Alto Horizonte (GO), Albertina (MG), Cairu (BA), São José do Povo (MT) e Queiroz (SP). As maiores perdas foram em Gavião Peixoto (SP), Borá (SP), Jequiá da Praia (AL), Santana da Vargem (MG) e Ponte Alta do Norte (SC).
São Francisco do Conde (BA) teve o maior PIB per capita do País e Jacareacanga (PA), o menor
Em 2007, os cinco municípios com os maiores PIB per capita do país eram São Francisco do Conde (BA), Louveira (SP), Araporã (MG), Triunfo (RS) e Confins (MG).
A maioria desses municípios possuía baixa densidade demográfica. Em São Francisco do Conde (BA) estava a segunda maior refinaria de petróleo do País. Louveira (SP) teve forte crescimento nas atividades de transportes, comércio, serviços de manutenção e reparação e na atividade industrial.
Em Araporã estava localizada a maior hidrelétrica de Minas Gerais. Triunfo (RS), na Região Metropolitana de Porto Alegre, era sede de um pólo petroquímico. Em Confins (MG), o aeroporto internacional passou a receber a maior parte dos vôos do aeroporto de Belo Horizonte. No Estado do Rio de Janeiro, os municípios de Quissamã e Porto Real, tinham extração de petróleo e gás natural e uma indústria automobilística, respectivamente. Alumínio (SP) era sede da maior indústria integrada de alumínio do mundo. No Município de Alto Horizonte (GO) teve início a produção e beneficiamento de sulfeto de cobre. Barueri (SP) tinha intensa atividade industrial e de serviços.
Em 2007, Jacareacanga (PA) tinha o menor PIB per capita entre os 5 564 municípios brasileiros, (R$ 1 566,06). Aproximadamente 60% da sua economia vinha da administração pública. Além disso, 60% do seu território era destinado a áreas de preservação ambiental e terras indígenas.
Vitória (ES) teve o maior PIB per capita entre as capitais
Entre as capitais, Vitória (ES), Brasília (DF), São Paulo (SP), Porto Alegre (RS) e Rio de Janeiro (RJ) tiveram os maiores PIB per capita. Vitória teve o segundo maior PIB per capita do Espírito Santo, superado apenas pelo município de Anchieta.
202 municípios concentravam 25% do valor adicionado bruto da agropecuária do País
Em 2007, 202 municípios agregavam cerca de 25% do valor adicionado bruto da agropecuária e 677 municípios, apenas 1%. São Desidério (BA) foi o maior produtor de algodão herbáceo do país e grande produtor de soja e milho. O cenário internacional e o clima beneficiaram as culturas de soja e milho.
Campo Verde, Sapezal, Sorriso, Primavera do Leste, Campo Novo do Parecis, Diamantino, Nova Mutum e Lucas do Rio Verde, municípios mato-grossenses, registraram altos valores das produções de soja (em grão), milho e algodão herbáceo (em caroço). Em 2007, Campo Verde também foi beneficiado pelo aumento no preço da saca de feijão. Sorriso e Sapezal lideraram a produção nacional de grãos. Uberaba, desde 2004 o maior produtor de cereais em Minas Gerais, destacou-se na produção de milho e foi o décimo terceiro maior produtor de cana-de-açúcar do Brasil.
Dez municípios concentravam cerca de 25% do valor adicionado bruto da indústria
Em 2007, dez municípios concentravam aproximadamente 25% do valor adicionado bruto da indústria, e 13,4% da população brasileira. Com 59 municípios, chegou-se à, aproximadamente, metade do valor adicionado bruto da indústria e a 28,5% da população. No mesmo ano, 2 464 municípios responderam por 1% do valor adicionado bruto da indústria e concentraram 9,3% da população.
Em 2007, São Paulo (SP) se manteve como o principal pólo industrial do País, com a mesma participação de 2006: 9,3%, apesar de perder participação desde 2003 (10,6%). Campos dos Goytacazes (RJ) assumiu o segundo lugar em 2005 (2,4%) e aí permaneceu em 2007 (2,6%), com o Rio de Janeiro (RJ) a seguir, com (2,2%).
A participação do valor adicionado bruto industrial de Manaus (AM), onde estava o parque industrial do Estado, manteve-se em torno de 2% em toda a série. Betim (MG), pólo industrial do seu estado, era sede de montadora de automóveis e tinha uma dinâmica associada ao bom desempenho das áreas de bens de consumo duráveis no seu entorno.
Duque de Caxias teve o maior crescimento no VAB da indústria
Entre os 35 municípios com pelo menos 0,5% do VAB industrial em 2007, os líderes em crescimento foram Duque de Caxias (RJ) (0,4%) impulsionado pela alta no preço do refino do petróleo e da produção de álcool e São Bernardo do Campo (SP) (0,2%), face ao bom desempenho do setor automobilístico.
As maiores perdas de participação em relação a 2006, dentre esses 35 municípios, foram em Campos dos Goytacazes (-0,7%), Rio das Ostras (-0,3%) e Cabo Frio (-0,2%), todos no Estado do Rio de Janeiro, devido à atividade extração de petróleo e gás natural. No município do Rio de Janeiro (RJ), houve redução na produção da indústria farmacêutica e a de alimentos. Em Manaus (AM), as perdas de participação foram em material eletrônico, equipamentos de comunicações e o de informática.
Apenas, São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ) concentravam até 25% do VAB dos serviços em 2007
Ao longo da série, não houve modificação na composição dos municípios que agregavam até 25% do valor adicionado bruto dos serviços, sendo esses dois municípios São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ). Esta faixa concentrava, aproximadamente, 9,2% da população brasileira em 2007.
Nesse mesmo ano, com 36 municípios, chegava-se à metade do VAB dos serviços e em torno de 28,3% da população. No mesmo ano, 1 344 municípios respondiam por cerca de 1% do VAB dos serviços e em torno de 3,0% da população.
A concentração dos serviços nas 27 capitais era bastante alta, chegando a 40,4% em 2007. Dos 36 municípios que agregavam cerca de 50,0% do VAB dos serviços, 17 deles eram capitais.
Em relação a 2006, as capitais de São Paulo, Paraná e Minas tiveram os maiores ganhos de participação no VAB dos serviços, e as maiores perdas dentre as capitais ocorreram no Rio (RJ) e em Brasília (DF).
O ganho de São Paulo (SP) foi principalmente em comércio, serviços de informação, financeiro e administração pública. O ganho de Curitiba (PR) foi especialmente em comércio e transportes. Os segmentos de aluguel e financeiro foram os maiores responsáveis pelo ganho de Belo Horizonte (MG). Os principais setores responsáveis pela redução na participação do VAB dos serviços no Rio de Janeiro (RJ) foram: comércio, serviços financeiros, aluguel e administração pública. Os serviços financeiros e a administração pública foram os que mais impactaram na redução da participação de Brasília (DF).
Dentre os municípios com pelo menos 0,5% de participação no VAB de serviços em 2007, os que mais ganharam participação relativa na série foram Osasco (SP) (0,3%), ocasionado pelo aumento de participação nos serviços financeiros) e São Paulo (SP) (0,2%). A maior perda foi em Barueri (SP), -0,2%, motivada pelos serviços financeiros, comércio e serviços de manutenção e reparação.
Administração pública representava mais de um terço da economia em 33,8% dos municípios
Dos 5 564 municípios brasileiros, 1 881 (33,8%) tinham mais do que 1/3 da sua economia dependente da administração pública. O peso do VAB da administração pública no PIB do Brasil vinha crescendo: em 2004 foi 12,6%, em 2005, 12,9%, em 2006, 13,1% e em 2007, 13,3%.
Dois municípios do país cuja economia era mais dependente da administração pública: Uiramutã (RR), com 80,1%, e Poço Dantas (PB), com 70,2%.
Em 2007, a administração pública teve peso superior a 39,7% em todos os municípios de Roraima e acima de 38,6% nos municípios do Amapá, com exceção de Serra do Navio, onde a indústria representou 52,9% do PIB, e a administração pública 13,1%.
As capitais com maior peso da administração pública em sua economia foram Brasília (DF) (48,3%), Boa Vista (RR) (39,7%), Macapá (AP) (39,0%), Rio Branco (AC) (26,7%) e Porto Velho (RO) (22,2%). No extremo oposto estavam Vitória (ES) (4,5%), São Paulo (SP) (5,9%), Curitiba (PR) (7,3%), São Luiz (MA) (8,3%) e Manaus (AM) (8,8%).
Ricardo Bergamini
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