As vendas reais da indústria fluminense registraram o melhor mês de janeiro dos últimos cinco anos, com aumento de 14,8% em relação ao mesmo mês de 2007. A alta foi liderada pelos setores de outros equipamentos de transporte, seguido por minerais não-metálicos, veículos automotores e metalurgia básica.
A necessidade de aumentar a produção para recompor estoques e entregar pedidos influiu para que o ritmo da atividade industrial se mantivesse elevado, como demonstra o resultado dos Indicadores Industriais, pesquisa do Sistema Firjan, divulgada nesta quinta-feira, dia 13.
Luciana de Sá, diretora de Desenvolvimento Econômico do Sistema Firjan, destaca que o crescimento da economia poderia ser ainda mais intenso em caso de retomada do processo de corte da taxa de juros básica. No entanto, disse ela, tal situação depende do encaminhamento de reformas estruturais, em especial a reforma tributária, desde que não acompanhada por aumento de carga tributária.
Esta edição dos Indicadores Industriais apresenta modificações importantes em relação à metodologia de cálculo que, entre outras, alteram a base da ponderação dos diferentes setores analisados. Estes, a partir de janeiro, passam a ser 16 contra os 13 anteriormente acompanhados. Com a nova metodologia todas as variáveis dos Indicadores Industriais passam a ter ajuste sazonal (procedimento estatístico que retira os efeitos de variações típicas determinada época), inclusive os dados sobre o mercado de trabalho.
Nesse início de ano, a forte demanda doméstica e a expansão do volume de crédito favorecem a indústria do estado, com perspectivas de continuidade do quadro atual, conforme expectativa revelada pelos empresários fluminenses.
Em janeiro último, na série com ajuste sazonal, a taxa média de utilização da capacidade instalada alcançou 81,3%, com aumento superior a um ponto percentual sobre os 80,1% registrados em dezembro. As horas trabalhadas também mostram atividade industrial em alta. O aumento foi de 1,3% em igual período de comparação e frente a janeiro de 2007 chegou a 9%.
Metade dos 16 setores avaliados na pesquisa apresentou taxa de ocupação acima de 85%, a começar por produtos metálicos, seguindo-se minerais não-metálicos, edição e impressão, outros equipamentos de transporte e máquinas e equipamentos. As taxas alcançaram, respectivamente, 93%, 90,6%, 89,2%, 88% e 86%.
O pessoal ocupado no parque fabril do estado, na série ajustada sazonalmente, teve alta de 0,78% em janeiro frente ao mês anterior. Em relação ao mesmo mês do ano passado, o quadro de pessoal aumentou 5,59%. O maior número de contratações, nesse período, ocorreu nos setores de outros equipamentos de transporte, metalurgia básica, máquinas e equipamentos, veículos automotores e material eletrônico e equipamentos de comunicação.
O total de salários pagos pela indústria do Rio teve alta de 1,1% na série ajustada e de 5,7% contra janeiro do ano passado. Neste último comparativo, os setores que mais contribuíram para esse aumento foram máquinas e equipamentos, outros equipamentos de transporte, metalurgia básica e veículos automotores.
A edição de janeiro de 2008 da pesquisa Indicadores Industriais adotou o padrão nacional da metodologia de cálculo adotada para medir o comportamento do setor, seguindo a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE). As alterações foram implementadas para toda a série histórica, desde 2003.
As mudanças foram as seguintes:
- os pesos dos setores de atividade foram trocados pela média das Pesquisas Industriais Anuais (PIAs)/ Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2003 a 2005. Antes, a base de ponderação era determinada pelo Censo Industrial de 1985;
- os deflatores usados para o item vendas reais foram alterados, de acordo com a mudança da metodologia do Índice de Preços por Atacado (IPA), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV);
- a base da série histórica passou a ser a média do ano de 2005 em vez de janeiro de 2006, como era feito anteriormente.
Fonte: FIRJAN
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