O presidente da Partex, António Costa e Silva, considera que a Europa enfrenta um problema grave no aprovisionamento de gás, arriscando-se a ficar mesmo «refém» da Rússia, no médio prazo.
Numa entrevista publicada esta quarta-feira pelo Jornal de Negócios, o especialista responsável pela holding da Fundação Gulbenkian afirma que «a partir de 2011 podem faltar à Europa cerca de 70.000 milhões de metros cúbicos de gás por ano, o equivalente ao consumo total da Espanha e França».
António Costa e Silva comentou, ainda, o cenário de subida do preço do petróleo e explica que será preciso fazer muito para evitar que o preço supere os 100 dólares o barril.
Segundo o comissário europeu para a Energia, Andris Piebalgs, a UE produzia, em 2005, 212 mil milhões de metros cúbicos. Mas o crescente consumo e a redução da produção levou ao aumento das importações de 161 mil milhões de metros cúbicos em 1995 para 298 mil milhões em 2005.
Mas nestes anos, as importações da Rússia aumentaram só 15%, tendo duplicado as importações da Noruega e da Argélia, afirmou.
«Sabemos que as necessidade de gás na UE vão aumentar significativamente nos próximos anos e não podemos dar por garantido que os nossos fornecedores de hoje vão satisfazer as nossas procuras de amanhã», avisou Piebalgs, acrescentando que «é preciso fazer face à necessidade crescente de gás e petróleo no futuro».
Neste contexto é evidente que a UE vai tentar diversificar seus fornecimentos de gás buscando novos importadores na Ásia Central e Médio Oriente.
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