Berlim começa com artes marciais

A Berlinale, ou Festival Internacional de Cinema de Berlim tem abertura oficial hoje (dia 7), num clima de artes marciais, com O Grande Mestre, do cineasta chinês Wong Kar Way. Na verdade dois mestres, o herói do filme Ip Man, exímio lutador de Kung Fu, arte marcial também chamada de Wing Chun, e o diretor do filme, já premiado em Cannes e presidente do júri da competição, razão pela qual o filme está fora de concorrência.

Num cenário épico, vivem duas personagens, um homem e uma mulher, num momento crítico da China, 1936, pouco antes da invasão japonesa. Será uma festa de impressões visuais e corpos acrobáticos, garante o Festival, que já desenrolou o tapete vermelho para receber os ícones dos dez dias de projeções de filmes, a maioria ainda inéditos.

A competição será das mais difíceis este ano, pois reúne diretores e astros renomados - Gus Van Sant, Steven Soderbergh, o iraniano Jafar Panahi, Juliette Binoche, Catherine Deneuve, Isabelle Huppert, Matt Damon, presentes em suas novas estréias.

Mas o clima não será, e isso é uma marca da Berlinale, só de festa. Pouco antes da projeção de abertura, outro filme questiona, critica, busca uma explicação. É o filme de Raoul Peck, sobre o terremoto do Haiti e o que se fez ou não se fez até hoje, em favor do sobrevientes. Peck é haitiano, vive na França e é conhecido, desde Locarno, por seu cinema entre arter e política.

Dois filmes africanos, na mostra Panorama merecem nossa atenção - Burn it up Djassa, da Costa do Marfim, de Lonesome Solo e a coprodução da Guiné Bissau com Portugal, dirigida pelo cineasta português, João Viana, A batalha de Tabatô. Há ainda dois filmes palestinos, um documentário e outro na mostra Forum.

 

Rui Martins

 

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