O mais importante dos festivais de cinema independente, o Festival de Locarno, onde são exibidos filmes vindos de países pobres e emergentes, jamais vistos no Brasil, exceto alguns na Mostra de São Paulo, vai começar na quarta-feira.
Uma das grande atrações é um Open Doors dedicado ao cinema africano francófono e debate sobre o financimento de filmes africanos. O Brasil não está na competição internacional, mas um filme português sobre Macau. Daniel Aragão concorre na paralela Cineastas do Presente.
Haverá ainda a presença de astros de renome como Alain Delon, Charlotte Rampling, Ornella Mutti, Harry Belafonte, recebendo premios especiais.
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Oito mil cadeiras já foram colocadas no amplo espaço da Piazza Grande, limitada por suas construções de estilo lombardo, para os espectadores noturnos do 65. Festival Internacional de Cinema de Locarno. Diante deles, já foi instalado o telão com cerca de 300 metros quadrados, onde serão projetados 17 filmes, a quase totalidade estréias mundiais ou européias de filmes de diversas nacionalidades.
No estrado erguido junto ao telão, receberão prêmio e encontrarão o público, astros como Alain Delon, Charlotte Rampling, Ornela Mutti e o inesquecível Harry Belafonte, alvo de um filme souvenir Sing Your Song e premiado pelo conjunto de sua carreira.
O Brasil, assim como aconteceu no Festival de Berlim, não participa da principal competição internacional. É Portugal quem compete com a estréia mundial de A Última Vez que Vi Macau, de João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata.
O mesmo João Rui participa da mostra de curtas e médias metragens, denominada Pardo do Amanhã, concorrendo com O Que Arde Cura. Outro curta-metragem português, mas fora da competição é O Dom das Lágrimas, de João Nicolau.
A presença brasileira está na competição paralela, Cineastas do Presente, com o filme de Daniel Aragão, Boa Sorte, Meu Amor. Só concorrem cineastas de primeiro ou segundo filme, vindos principalmente de países pobres ou emergentes. Fora da competição, há um curta-metragem brasileiro de Gregório Graziosi, Monumento.
Da Competição Internacional participam 19 filmes de diversos países, dois da América Latina, Los Mejores Temas, de Nicolás Pereda, uma coprodução mexicana-canadense-holandesa; e Polvo, de Julio Hernandes Cordón, uma coprodução que reúne quatro países - Guatemala, Espanha, Chile e Alemanha.
O cineasta brasileiro Kleber Mendonça Filho, autor do filme O Som ao Redor, participa do júri dos curtas e médias Pardo do Amanhã.
Dois cineastas brasileiros Juliana Rojas e Marco Dutra, que frequentaram a Residência da Cinefundação do Festival de Cannes, apresentarão aos produtores e compradores presentes o seu projeto de filme Boas Maneiras.
Rui Martins
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