O Instituto Gestão de Excelência Operacional em Cobrança bateu o martelo, por meio de pesquisa, e confirmou: o desemprego é o principal fator para que as famílias deixem suas contas atrasarem, o que abre a margem para a inadimplência.
E muitas vezes o desemprego não é propriamente da pessoa que é dona das contas. A superintendente do Instituto Geoc, Anna Zappa, explicou que em várias situações algum ente da família perde o emprego e parcela de sua renda contribuía para pagar as mensalidades de um financiamento, como o de carro ou de casa, que têm valores mais altos.
Segundo levantamento do Instituto Geoc, o desemprego foi o mais citado pelos entrevistados para deixar as contas atrasadas e essa resposta ganhou, em disparada, da segunda posição mais citada, que foi a perda de controle dos gastos.
"As pessoas têm o hábito de consumir em pequenos valores. E quando pagam essas compras com crédito, ou em parcelas, muitas vezes esquecem de algumas ou perdem o controle de quanto já gastaram, de quanto têm de dívida", diz Anna.
A pesquisa do Instituto Geoc entrevistou 950 pessoas, em situação adimplente e inadimplente, com idade entre 20 e 59 anos. O grupo estudado era formado por homens e mulheres economicamente ativos e incluídos nas classes de consumo A, B e C. As respostas foram coletadas em São Paulo, Campinas, Bauru, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte, Goiânia, Salvador e Recife.
Quando as contas passam da data do vencimento e não são liquidadas, são consideradas como atraso. Quando esse período sem pagar o débito ultrapassa a margem de 90 dias, as empresas e instituições financeiras consideram os consumidores como inadimplentes.
Conforme cruzamento de dados da equipe do Diário com informações do Banco Central, no Estado de São Paulo, entre janeiro e julho, a inadimplência dos consumidores que contrataram crédito do Sistema Financeiro Nacional variou entre 3,77% e 3,72% do montante concedido. Na mesma comparação, o resultado nacional ficou entre 5,72% e 6,59%.
Entre os apontamentos dos especialistas para esse resultado estadual figuraram o desemprego menor em São Paulo, a engrenagem econômica do Estado que não para, o maior índice de escolaridade em comparação com a média nacional e a possível maior conscientização financeira dos paulistas.
Mas o pesquisador do Instituto Assaf Fabiano Guasti Lima, que ministra aulas na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, foi comedido e afirmou que "não é regra" os fatores apresentados pelos especialistas.
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Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
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