A catástrofe que se abateu na região serrana do Estado do Rio não tem precedente. Desta vez não se pode culpar ninguém. Nem o governo, como é praxe, nem os moradores de áreas perigosas. Em um dia caiu chuva no local três vezes mais do que a máxima prevista para a primeira quinzena de janeiro.
Os brasileiros vimos o turbilhão incontido, que arrastava casas, carros, pessoas, como em filmes de pavor. Quem pode conter tamanho volume d'água? Impossível. Acredito que nem mesmo o famoso efeito estufa possa ter interferido na tempestade.
A enxurrada não fez distinção entre áreas mais ou menos populosas, altas, pobres ou ricas, literalmente arrasou tudo. Há falta de energia elétrica, água e telefonia; os serviços ainda não foram normalizados e ao que tudo indica, ainda vão demorar porque os estragos foram máximos. Verduras e legumes, plantados principalmente em Teresópolis, tiveram os campos tomados por areia de rio.
Conheço bem as cidades de Petrópolis, Teresópolis e Friburgo. Todas bem cuidadas pelos seus prefeitos, clima excelente, ar limpo.
Só o trabalho com amor poderá reconstituir este patrimônio brasileiro.
Uma tristeza! Mas a determinação tudo vence.
Jorge Cortás Sader Filho é escritor
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