Mostrar o que é o programa Arte no Dique foi o objetivo da vídeo-reportagem que os alunos Bárbara Regina Santos e Michel Silva apresentaram como trabalho de conclusão do curso de Jornalismo do Centro Universitário Monte Serrat (Unimonte), de Santos-SP, que teve a orientação do professor doutor Adelto Gonçalves e da professora Chrystianne Leite. O programa Arte no Dique oferece oficinas e cursos profissionalizantes, dentro dos princípios da inclusão social e valorização da cultura local, num dos maiores bolsões de pobreza da Baixada Santista, o Dique da Vila Gilda, que tem, entre seus moradores, 27% dos desempregados do município.
Fundado por José Virgilio Leal de Figueiredo, ou simplesmente Zé Virgilio, como é conhecido, e pela psicóloga Silvia Bari, o Instituto Arte no Dique mantém uma equipe de profissionais qualificados e capacitados, como o professor de percussão Ubiratan Santos, o diretor de artes cênicas Renato di Renzo e a professora de expressão corporal Cláudia Alonso.
Segundo Michel Silva, o Instituto se preocupa com a descoberta de talentos, saberes e habilidades pessoais que podem ser direcionadas a uma formação profissional com qualidade. Ele abre perspectivas de sonhar e transformar projetos de vida na direção de um futuro promissor em contraponto à realidade vivida com altos índices de miséria, desemprego, criminalidade, drogas e violência, acrescenta.
Foi dentro de um contexto marcado pela exclusão social que nasceu o projeto Arte no Dique, que tem como objetivos o fortalecimento da auto-estima local, a valorização da identidade cultural e a requalificação do ambiente. O Arte no Dique procura transmitir conhecimentos específicos do mundo da arte e da cultura e devolver o direito de viver com dignidade na sociedade, diz Bárbara Regina, lembrando que, por meio do programa, é possível a descoberta de talentos, saberes e habilidades pessoais que podem ser direcionadas à formação profissional com qualidade.
Com isso, abrem-se perspectivas de sonhar e transformar projetos de vida na direção de um futuro em contraponto à realidade vivida com altos índices de miséria, desemprego, criminalidade, drogas e violência, acrescenta.
Iniciado em 2003, numa iniciativa do Instituto Elos Brasil e do grupo Olodum, em parceria com a Sociedade Pró-Melhoramentos do Bairro da Vila Gilda, o projeto já é uma realidade, mobilizando mais de 60 jovens para a sua oficina de música, que já tem no currículo algumas apresentações públicas e animação do Carnaval.
O primeiro produto cultural e o que mais se destaca é a Banda Querô. Hoje, o grupo conquista cada vez mais seu próprio espaço, fazendo apresentações constantes em São Paulo, mas pretende ainda adquirir oportunidades em outros Estados, diz Michel Silva, destacando que o nome Querô é uma homenagem ao personagem principal do livro Querô, uma reportagem maldita (São Paulo, Editora Símbolo, 1ª.ed., 1976; 9ª ed. Editora Maltese/Publisher Brasil, 1999), do dramaturgo santista Plínio Marcos (1935-1999).
Alem da banda, o Instituto Arte no Dique disponibiliza cursos profissionalizantes de violão, percussão, canto, teatro, dança, desenho gráfico, artesanato com materiais recicláveis, costura e de produção de audiovisuais (edição, iluminação e finalização de vídeos).
Esse trabalho é semelhante ao que foi desenvolvido no bairro do Pelourinho, na cidade de Salvador, na Bahia. O ambiente onde nasceu o Olodum também era marcado pela falta de oportunidades. Naquela área, depois que foi feito um trabalho de afirmação de identidade e cidadania, através de bandas de percussão, houve um considerável movimento de resgate de cidadania num lugar onde predominava a exclusão, destaca Bárbara Regina.
Prof. Dr. Adelto Gonçalves
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