O jornalista, cronista e teatrólogo Evêncio da Quinta, o Zego (1933-1991), ex-redator do jornal A Tribuna, de Santos-SP, foi tema de trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade de Comunicação Social e Artes do Centro Universitário Monte Serrat (Unimonte), de Santos-SP
O jornalista, cronista e teatrólogo Evêncio da Quinta, o Zego (1933-1991), ex-redator do jornal A Tribuna, de Santos-SP, foi tema de trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade de Comunicação Social e Artes do Centro Universitário Monte Serrat (Unimonte), de Santos-SP, pelas jornalistas Irene Gomes, Juciara Carvalho, Maria Luciana dos Santos, Mariana Braz e Vanessa Sabino Gil. O trabalho, um livro-reportagem, teve a orientação do jornalista e professor Adelto Gonçalves, doutor em Letras pela Universidade de São Paulo (USP).
No trabalho acadêmico, as recém-formadas lembraram a trajetória do jornalista, que passou a fazer parte da redação de A Tribuna em 1962, a convite do então secretário do jornal (editor-chefe) Geraldo Ferraz, tendo desenvolvido várias funções, como repórter, redator, editor de Artes e Variedades e crítico de TV. Evêncio da Quinta foi ainda autor da coluna diária Pois É , que o tornou conhecido em toda a região em razão de seu estilo irreverente. Como cronista de TV, Evêncio da Quinta escrevia sob o pseudônimo Zego, o que o fez durante 22 anos.
Abordamos também a outra faceta da atuação cultural de Zego, como a de teatrólogo, destaca a jornalista Juciara Carvalho, lembrando que uma das paixões do homenageado era escrever roteiros para o grupo teatral Os Independentes, do qual foi fundador em 1958, ao lado de Wilson Geraldo, Jansen Cavalcanti e Jacinto Antunes. Em 1958, ele foi considerado o melhor autor nacional de teatro.
Autor de várias peças -- algumas que ficaram inéditas --, Zego também introduziu o Teatro de Arena em Santos, tendo conquistado outros prêmios importantes e contribuído para o desenvolvimento dessa arte na Cidade. Apaixonado por teatro, ele ingressou com 20 anos de idade no corpo cênico do Centro Português de Santos, onde trabalhou como ator e assistente de diretor, ressalta Juciara que, com suas colegas, contou com a decisiva colaboração da viúva do jornalista, Maria Alice Dias de Carvalho da Quinta, que guarda até hoje recortes de jornais e textos inéditos do marido.
Também prestaram informações às jornalistas antigos colegas de Zego da época do movimento teatral, como Silvio Roupa, Aparecida Celestino e Carlos Pinto, secretário de Cultura de Santos, além de ex-colegas de redação como Clóvis Galvão, Lauro Tubino, Antônio Marques Fidalgo, Francisco La Scala Júnior e Miriam Guedes de Azevedo. Do TCC, consta também uma peça teatral inédita de Evêncio da Quinta, além de uma seleção de suas melhores crônicas publicadas em A Tribuna ao longo das décadas de 70, 80 e 90.
Autor de peças que foram encenadas como Um artista se despede (1968), Os maníacos (1972), A demissão (1959), A farsa dos meninos bonitos (1958), A rosa verde (1966), Enquanto o rei jogava buraco (1965) e Os troncos podres (1964), Evêncio da Quinta fez parte do grupo cênico do Círculo Operário dos Trabalhadores Cristãos do Embaré, com o qual montou Em um bar qualquer, também de sua autoria, que conquistou o troféu de Melhor Espetáculo de 1959.
Evêncio da Quinta deixou inéditos o romance Em nome da lei, escrito em 1976 sob o pseudônimo Depel Tigrado, e as peças teatrais Era uma vez (c.1955), Moto infinito (1968) e O grande devorador ou Delicado canibal de olhos verdes ou ainda A inocente trajava um sorriso (1990). A peça infantil Os últimos dodôs (1984) foi encenada em 2000, sob a direção de Marcelo Brito Duarte, por alunos do Projeto Zonnarte (Núcleo de Arte de Santos), na Zona Noroeste, com apoio da Secretaria Municipal de Cultura.
Como repórter, Evêncio da Quinta entrevistou personalidades mundiais como o general Charles De Gaulle e o ator Kirk Douglas, além dos presidentes da República Castelo Branco, Costa e Silva e Garrastazu Médici.
Evêncio Martins da Quinta Filho faleceu a 18 de fevereiro de 1991, deixando duas filhas, Maria Fernanda e Maria Cristina. Depois de sua morte, a municipalidade prestou-lhe uma homenagem, dando o seu nome a uma rua no Conjunto Habitacional do bairro da Caneleira, na Zona Noroeste.
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