Através de diálogos entre estudiosos, acadêmicos, lideranças e formadores de opinião, o Programa de Educação Tutorial da Escola de Comunicação da UFRJ (PET/ECO) realizará, nos dias 23, 24, 25 e 26 de outubro, a partir das 14 horas, a II Semana da Diversidade Sexual da ECO/UFRJ, no Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ.
Inscrições gratuitas pelo site www.eco.ufrj.br/diversidade
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A sexualidade é comumente tratada como tabu. É, assim, abordada com pudor e conservadorismo. A sociedade capitalista ocidental se encontra arraigada a fortes valores institucionais, associados à família, ao casamento e à Igreja católica. Estes pilares constitutivos da moral burguesa ainda regem o comportamento do dito "cidadão de respeito". Desse modo, o sexo como lazer, profissão ou ato praticado de maneira não convencional, permanece condenado a ser visto sob a ótica do preconceito. Faz-se fundamental, portanto, a desconstrução de estereótipos e imagens pré-estabelecidas por um senso comum contaminado por ideologias hegemônicas.
Nas últimas décadas, a discussão acerca do comportamento sexual humano tem sido empreendida de modo aberto, a partir de perspectivas menos tradicionalistas.
Desse modo, diferentes opções sexuais são consideradas, assim como as diversas maneiras de apropriação e uso social da sexualidade. Não existe, assim, o ímpeto de taxá-las como patologia, desvio ou uma simples inadequação ao meio social idealizado. O maior grau de aceitação da diversidade sexual pela sociedade foi propiciado pela Revolução Sexual dos anos 1960 a 80 e pela exclusão da homossexualidade do rol de doenças mentais da Associação Psiquiátrica Americana na década de 70 o que estimulou, em 1994, a mesma atitude por parte da OMS.
Atualmente, nas mídias em geral, a presença mais significativa da temática nos meios de comunicação permitem ao homossexual abandonar traços de caracterização caricatos e histriônicos, a fim de que seja, finalmente, representado sem estereótipos. Alguns produtos midiáticos recentes constituem exemplos concretos do exposto, sendo, talvez, O Segredo de Brokeback Mountain como o de maior alcance e visibilidade, justamente por jogar luz no relacionamento de dois caubóis, estandartes por excelência da cultura chauvinista americana. Concomitante ao avanço desta tendência, nota-se a reação de grupos que a execram, sejam religiosos ou políticos.
Para mediar o debate exposto, algumas perguntas se fazem importantes: o que é diversidade sexual? Seria uma expressão que representa apenas as diferenças entre orientação e identidade sexuais, ou outras questões estariam igualmente implicadas? De que forma os movimentos em defesa dos direitos dos homossexuais e da mulher influenciaram nossa visão atual da sexualidade? Como a mídia influencia, através de representações que definem os diferentes graus de alteridade, a percepção e a tolerância quanto aos homossexuais e aos demais sexualmente diversos?
O sucesso da I Semana da Diversidade Sexual se verificou por intermédio da presença de especialistas, bem como de intelectuais e dos próprios atores sociais que protagonizam as manifestações contra a discriminação e o preconceito sexuais. Como uma proposta de debate e conscientização contínua, a II Semana da Diversidade Sexual se mostra essencial como evento subseqüente, posto que incita novos debates acerca da pluralidade sexual humana e sua expressão na sociedade contemporânea. Dessa forma, fica assegurado o desejo de que seja mantida em pauta a questão da sexualidade como um fenômeno essencial na construção de identidades e realidades.
Evitando os clichês que predominam nas discussões a respeito de tal temática, a II Semana da Diversidade Sexual da ECO/UFRJ levantará questões relevantes a respeito da homossexualidade, da transexualidade, do preconceito, da prostituição, da sexualidade saudável em contraponto ao estigma dos grupos de risco , dos direitos civis e da formação de novas identidades sexuais, bem como o tratamento dado a esta temática pelo meio político, acadêmico e pelos principais veículos de comunicação. Contaremos com palestras, apresentações teatrais e mesas redondas nas quais serão abordados temas de interesse da área de comunicação e de qualquer outra que se proponha a discutir as novas tendências sociais. Dentre as diferentes temáticas, destacamos a diversidade sexual e sua relação com a sociedade, com a mídia e a Universidade, passando pela apresentação de ONGs ativistas e projetos de inclusão social.
Através de diálogos entre estudiosos, acadêmicos, lideranças e formadores de opinião, o Programa de Educação Tutorial da Escola de Comunicação da UFRJ (PET/ECO) realizará, nos dias 23, 24, 25 e 26 de outubro, a partir das 14 horas, a II Semana da Diversidade Sexual da ECO/UFRJ, no Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ.
O evento se aproveitará do atual contexto de formação de novas percepções em relação à sexualidade e à prática sexual como definidoras das relações sociais e como forma de lazer ou sustento, além de discutir práticas como a do swing (troca de casais), prostituição e mesmo a pornografia nos meios de comunicação. A multiplicidade de opções e comportamentos sexuais e a pluralidade de vozesse mostram essenciais para que o discurso conservador naturalizado pela própria mídia não resulte como dominante, podendo ser contestado à medida que o conhecimento relativo a essa problemática seja compartilhado pela população.
A II Semana da Diversidade Sexual do ECO/UFRJ foi levada à frente pelas mãos de Diego Cotta e Gustavo Barreto, que coordenam a equipe de organização: Manuela Andreoni, Guilherme Romeo Tomaz, Tainá Revelles Vital, Guilherme Semionato e André Luiz.
A II Semana da Diversidade Sexual da ECO/UFRJ é uma realização do PET/ECO e conta com o apoio da Fundação Universitária José Bonifácio (FUJB), do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, da Escola de Comunicação da UFRJ (ECO/UFRJ), do Programa de Pós-Graduação da ECO/UFRJ, da Pró-reitoria de Pós-graduação e Pesquisa da UFRJ, do Curso de Direção Teatral, do Grupo Arco-Íris de Conscientização Homossexual e dos sites Em Dia Com A Cidadania e Consciência.Net.
Conheça alguns dos participantes do evento:Luiz Mott é conhecido por todo o Brasil por suas vastas contribuições na área dos estudos da homossexualidade. Gay assumido desde 1977, fundador do Grupo Gay da Bahia e do Centro Baiano Anti-Aids, ateu militante, ex-Secretário de Direitos Humanos da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Travestis (ABGLT), é o decano do movimento homossexual brasileiro. Membro da Comissão Nacional de Aids do Ministério da Saúde e do Conselho Nacional de Combate à Discriminação do Ministério da Justiça. Autor de mais de uma dezena de livros e mais de 200 artigos sobre Escravidão, Inquisição, Relações Raciais, História da Sexualidade, Homossexualidade e Aids.
Denilson Lopes Silva é professor adjunto da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), colaborador da International Resource Network/Center for Lesbian and Gay Studies, membro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema, membro da Associação Brasileira de Literatura Comparada e da Associação Brasileira de Estudos de Homocultura, da qual também já foi Presidente. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Estética da Comunicação, atuando principalmente nos seguintes temas: estética da comunicação, cinema contemporâneo, estudos de gênero (estudos gays e transgêneros), crìtica de cultura e arte contemporâneas, estudos culturais, literatura comparada.
A ativista Bárbara Graner, nascida no interior de São Paulo, em Piracicaba, é educadora e porta-voz transexual brasileira dos Direitos Humanos GLBTT. Além de participar freqüentemente de inúmeros debates e palestras acerca do assunto, é integrante do Coletivo Nacional de Transexuais e titular do Comitê Técnico em Saúde GLBT do Ministério da Saúde. Além disso, ainda atuou como vice-presidente da ONG CASVI, Centro de Apoio Solidário a Vida.
Carolyne Ferreira tem 27 anos e desde abril de 2004 está no canal Sexy Hot, apresentando o programa Zona Quente. De forma clara e direta, fala com muita naturalidade sobre sexo, conduzindo as matérias e conversando com os entrevistados. Além desse programas, Carolyne ainda apresenta: Intervalo Sexy, no Multishow, e o Boa de Cama, no Sexy Hot, esse último direcionado à mulher contemporânea.
Apresentações teatrais:
Terça-feira (23/10) - Peça Teatral com o Grupo Direito de Ser, do Centro do Teatro do Oprimido (CTO), às 18h.
Quinta-Feira (25/10) - Peça teatral Sapatinhos Vermelhos, de Tales Frey.
Quarta-feira (24/10) - Coquetel.
Confira mais detalhes sobre o evento:
PROGRAMAÇÃO
MESA I: Sexualidade e seus direitos (23/10/07)
Luiz Mott (Prof. Dr. UFBA);
Marjorie Marchi (Pres. da ONG ASTRA - Travesti);
Cláudio Nascimento (Superintendente Estadual);
Ângelo Pereira (Adoção);
Mediador: Prof. Joaquim Welley (ECO/UFRJ).
MESA II: Mídia e Sexualidade (24/10/07)
Carolyne Ferreira (Apresentadora do Zona Quente do Sexy Hot);
Fernanda Bruno (Profª. UFRJ);
Ronald Villardo (Jornalista);
Denilson Lopes Silva (Prof. UFRJ);
Mediador: Prof.ª Dr.ª Ivana Bentes (ECO/UFRJ).
MESA III: Identidade Sexual (25/10/07)
Bárbara Graner (Transexual);
Cleide Almeida (Associação de Vila Mimosa);
Prof. Marcio Gonçalves (Prof. UFRJ);
Olívia von der Weid (Professora com pesquisa na temática Swing);
Cris Simões (Coordenadora Nacional da Articulação Brasileira de Lésbicas - ABL);
Mediador: Prof.ª Dr.ª Ilana Strozenberg (ECO/UFRJ).
Mesa IV: Sexualidade Saudável (26/10/07)
Luiz Bessa (Grupo Água Viva);
Marclei Guimarães (ABIA);
Ana Maria Szapiro (Prof. UFRJ);
Marcos Ribeiro (Psicólogo);
Adriano De Lavor (FIOCRUZ);
Mediador: Prof. Dr. Sócrates Nolasco (ECO/UFRJ).
MAIS INFORMAÇÕES
II Semana da Diversidade Sexual da Escola de Comunicação da UFRJ Data: 23, 24, 25 e 26 de outubro
Local: Fórum de Ciência e Cultura campus da Praia Vermelha, UFRJ
Diego Cotta (coordenador)
(21) 9418-8937 / [email protected]
Gustavo Barreto (coordenador)
(21) 8141-3313 / [email protected]
Saiba mais em www.eco.ufrj.br/diversidade
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