EUA: Nível escolar continua a diminuir
Quando o Sputnik cruzava os céus majestosamente em Outubro de 1957, muitos norte-americanos ficaram incomodados. Começaram a fazer perguntas sobre os fracassos do sistema educacional norte-americano, considerando que a ciência e tecnologia russa estavam já superiores.
Na mesma altura, Arther Trace Jr., na sua obra What Ivan Knows That Johnny Doesnt,
comparou os textos russos de alta categoria com a nulidade dos livros de leitura Dick and Jane nas escolas norte-americanas. Na altura do 4º grau, escreveu Trace, o vocabulário das crianças russas era quase 10.000 palavras, enquanto seus iguais em escolas americanas tinham sido expostos a um vocabulário cuidadosamente controlado de menos que 1.800 palavras.
Notas na Provas de Aptidão caíram todos os anos desde 1963. Como conseqüência da queda constante em habilidades literárias, os textos escolares estão sendo revistos e re-escritos, a um nível cada vez mais baixo, de modo que os estudantes possam entendê-los. A maioria de jornais e revistas são escritos no nível do sexto grau escolar, que é agora o nível de leitura do norte-americano médio. É uma situação vergonhosa.
A violência escolar é também uma tendência alarmante. Em 1940, as ofensas principais em escolas públicas eram mastigar goma, conversar na aula, não fazer o trabalho para casa, e correr nos corredores. Hoje, as ofensas são drogas, embriaguez, assalto, assassinato e estupro. A maioria dos opinion-makers na área da educação reconhece que há problemas com escolas públicas norte-americanas. A maioria das soluções sugeridas envolvem o gasto de muito mais dinheiro.
No entanto, nas últimas décadas, o sistema público de educação aumentou seus gastos drasticamente. Apesar de todo este gasto, níveis escolares continuaram a diminuir.
Quantias imensas de dinheiro foram despejadas em construir novas escolas. Mas quase sempre, são usados sub-empreiteiros de péssima qualidade, mas pagos a preço de ouro. Também não é raro reparar que novos tectos em edifícios velhos começam vazando água com as primeiras chuvas pesadas.
Mais recentemente, foi diagnosticado que uma em cada cinco crianças norte-americanas tem uma desordem de aprendizagem e para a maioria, é receitado Ritalin ou medicamentos semelhantes. Enquanto DHDA (distúrbio de hiperatividade / déficit de atenção) pode ser diagnosticado excessivamente, não há dúvida de que tantas crianças sofrem de várias doenças. Muitas crianças chegam na escola com fome. Muitas crianças crescem em lares pobres, a maioria destes constituídos por mães solteiras com crianças. Muitos pais notam que as notas das suas crianças sobem de C ou D para A (máximo) depois de alguns meses de um programa de equilíbrio nutricional.
O colapso da família, cuidados de saúde deficientes, falta de seguro básico de saúde e novas realidades económicas apresentam desafios ao sistema educacional norte-americano. Cerce de 45 milhões de norte-americanos não têm seguro de saúde. É evidente que são precisas alterações. Algumas são simples, como manter as escolas abertas até 18.00 para a conveniência de pais trabalhadores. Outras mudanças são muito mais difíceis porque desafiam a maneira de fazer as coisas há muito tempo aceite.
O poder de pagar uma licenciatura universitária continua a diminuir para a maioria dos estudantes norte-americanos e as suas famílias. Na maioria dos casos, ensino superior continua a ser um luxo para aqueles que têm recursos para tal. Ajuda financeira para estudantes que não têm recursos para a faculdade não mantém passo com os aumentos do preço da matrícula. Os norte-americanos ficam atrás dos jovens de outras nações em termos de frequência universitária e taxas de sucesso.
A probabilidade de um estudante do 9º ano matricular-se na faculdade quatro anos mais tarde é menos que 40%; e essa probabilidade diminuiu de 44% a 32% em Havaí; de 46% a 35% em Vermont; e de 45% a 37% em Nova Iorque. As lacunas entre grupos étnicos em índices de matrícula de faculdade persistem. Por exemplo, o índice de matrícula para brancos na faixa etária18-24 em Colorado é 40% e 17% para não-brancos; em Nova Jersey, 47% para brancos e 27% para não-brancos; em Pensilvânia, 39% para brancos e 21% para não-brancos.
Os EUA fizeram pouco ou nenhum progresso nas áreas de acesso à faculdade e o sucesso escolar. Várias nações ultrapassaram os EUA em acesso à faculdade e outros estão perto de os ultrapassar. Em índices de conclusão de faculdade, os EUA se classificam na metade inferior, nas comparações internacionais recentemente publicadas.
Deve ser o direito de cada indivíduo ter uma educação de faculdade sem ter que se preocupar como ter recursos para tal. É evidente que as escolas norte-americanas poderiam retirar benefícios, estudando outros modelos mais bem-sucedidos.
Lisa KARPOVA
PRAVDA.Ru
EUA/CANADÁ
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter