Veteranos e recém chegados, médicos e engenheiros com um qualificativo quase mágico: cooperantes cubanos, com uma história de mais de 20 anos de trabalho impetuoso na África do Sul: nos mais longínquos cantos do mundo.
Hoje, já se contam entre os profissionais de alto prestígio que trabalham na nação arco iris, mas, ao início, apenas um tempo depois do fim do apartheid e em pleno governo de Nelson Mandela, a situação era espinhosa.
"Logo depois de minha chegada em fevereiro de 1997 comecei descobrir coisas não muito agradáveis, o apartheid tinha terminado oficialmente em 1990 mas, em muitos sítios estava proibido o acesso a população negra", disse o doutor Otelo Oramas Terry.
Médica de Cubana na África
Por: Fausto Triana
Médico oriundo de Havana e atualmente radicado no hospital público da Bela Bela, província do Limpopo, o doutor Oramas Terry comentou para Pensa Latina que Sudáfrica é um país de enormes contrastes entre ricos e pobres.
Localizado-se originalmente no Denilton, um povo de área rural, recordou que havia escolas para brancos e negros por separado. "Foi um choque social forte e também no plano profissional tive que aprender muito", acrescentou.
Penso que se produz um processo cheio de esperança e bom nestes anos pós apartheid. Pela primeira vez os sul-africanos são, na verdade, donos de seu destino e embora em ocasiões os avanços se produzem devagar, o racismo vai ficando como uma lembrança ruin, considerou.
Em um encontro informal no Polokwane com a embaixada de Cuba, a engenheira Aymara Ramos, de Pinar do Rio, destacava como a mais jovem do grupo com 28 anos e sua primeira experiência em missões internacionalistas em seus apenas 18 dias na África do Sul.
Tenho muitas expectativas e desejos de começar a trabalhar. Trabalho província de Limpopo e tento controlar a qualidade no levantamento de casas. Sempre se aprende e é uma oportunidade para aperfeiçoar o idioma inglês, assinalou.
Por sua vez, a doutora María Elena González, ginecoobstetra, relatou que durante 15 anos sempre no Polokwane se esmerou em fazer as maiores contribuições, de uma vez que "aprendi da cultura do povo sul-africano e também na minha profissão".
"Com humildade, ensinamos muito o enfoque de nossa experiência em atendimento primário preventivo ,situação a qual não estão acostumados aqui. Igualmente com carinho e entrega, penso que se obteve o respeito e o reconhecimento dos médicos cubanos", anotou.
Natural do Holguín, a doutora González explicou que tratou muitas grávidas com eclampsia (convulsões ). "Atualmente faço ultra sons, trato diabéticas, cardiopatias, enfim aumentei meus conhecimentos".
PASSAGEM AO FUTURO
O engenheiro hidráulico Luis Alberto Aguilera, da UNECA em Havana, frisou sobre sua missão anterior na África do Sul há 10 anos na província de Eastern Cape, uma das mais pobres do país, onde fiscalizou a construção de moradias de baixo custo.
O doutor Rufino Ricardo Varrer, pediatra do Holguín situado na Bela Bela, Limpopo, veio à pátria do Nelson Mandela em 1996 e depois de vencer empecilhos ganhou um notável prestígio.
O doutor José Pérez Zaldivar, igualmente da oriental província cubana do Holguín, é o coordenador da equipe médica do Limpopo e suas prestações são qualificadas de muito elogiáveis por seus colegas.
Esteve deste modo no outrora Bantustão no hospital rural de Santa Rita, em uma época (agosto de 1996) na qual ainda as sequelas do apartheid eram visíveis e os médicos cubanos não foram bem recebidos.
-Eu era muito jovem e me vi obrigado a aprender no dia a dia. África do Sul se transformou, mas é uma nação complexa.
Segundo o doutor Pérez Zaldívar, o flagelo da Aisd que tanto bateu África do Sul se encaminha para certo controle.
*Correspondente de Prensa Latina na África do Sul
http://www.patrialatina.com.br/editorias.php?idprog=889b8a538b90aab7d224bba4306971fb&cod=12738
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