Ministro lança campanha pela redução do uso de sacolas plásticas
"Saco é um saco. Para nós, para a cidade, para o planeta e para o futuro". Esse é o slogan da campanha nacional do Ministério do Meio Ambiente lançada, nesta terça-feira (23), pelo ministro Carlos Minc, em São Paulo, com apoio da rede de supermercados Wal-Mart. A iniciativa pretende conscientizar o cidadão a recusar as sacolas plásticas, sempre que possível, adotando alternativas para o transporte das compras e o acondicionamento de lixo.
"Hoje é um dia feliz e que todos se liguem nesse bom exemplo. Vamos reduzir o consumo de sacolas, reutilizá-las e recusá-las sempre que possível e fazer com que, brevemente, sejam como as latinhas de alumínio, permitindo que a indústria do plástico possa fechar o circuito, seja com geração de energia, de outro plástico ou de compactos para construção", enfatizou Minc durante o lançamento.
O presidente do Wal-Mart, Héctor Núñez, disse que a parceria com o Ministério compartilha a crença em objetivos comuns de consumo consciente e uso racional dos recursos. "Com essa campanha, ajudamos a diminuir o problema e a alcançar a nossa meta de reduzir em 50% o uso de sacolas plásticas em nossas lojas no Brasil".
Para sensibilizar a sociedade, dois vídeos de trinta segundos foram produzidos para a campanha e apresentados durante o lançamento. Em um deles, com o discurso descontraído e bem-humorado, o garoto-propaganda da campanha, o fundador do grupo AfroReggae, José Júnior, estimula o cidadão a recusar, reduzir e reutilizar os sacos plásticos. Peças impressas, como anúncio de mídia, folder, cartaz e adesivo, também foram produzidas para divulgação. Além disso, está no ar o blog da campanha (www.mma.gov.br/sacolasplasticas) para postar informações e dicas de consumo consciente, bem como alternativas ao uso de sacolas plásticas nas atividades do dia-a-dia.
Agora, segundo o ministro, o objetivo é buscar a adesão de outros parceiros à campanha e ampliar a divulgação em estabelecimentos que utilizam sacolas plásticas para o transporte de produtos e apostar no poder de decisão do consumidor como ação transformadora de hábitos e atitudes.
Anualmente, o Brasil consome 12 bilhões de sacolas plásticas e cada brasileiro utiliza aproximadamente 66 sacos por mês. Esses dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e outros do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) mostram que o estrago das "inocentes" sacolas plásticas já está chegando até locais distantes, considerados verdadeiros paraísos ecológicos e turísticos. Além disso, 500 bilhões estão por aí entupindo rios, lagos, bueiros, poluindo o mar, matando peixes, tartarugas e outros animais.
Balanço - Na oportunidade, o ministro também destacou as conquistas do seu primeiro ano à frente do Ministério, como o Plano de Mudanças Climáticas reconhecido internacionalmente pela ONU, as metas de redução de emissões de gás carbônico e o Fundo Amazônia. Ainda lembrou que a combinação das ações do Ministério em relação à fiscalização, corte de crédito para os desmatadores, monitoramento, os pactos com as cadeias produtivas e o esforço do Arco Verde para o convívio sustentável do agricultor com a floresta são os responsáveis pelo "avanço da regularização fundiária, do trabalho de zoneamento ecológico-econômico e da ampliação da legalidade ambiental", afirmou Minc.
Em relação à Operação Arco Verde, ele ainda falou sobre o lançamento, na última sexta-feira (19), que reuniu o presidente da República, nove ministros e representantes de trinta órgãos, em Alta Floresta (MT), com ações que visam a complementar a fiscalização e gerar alternativa à ilegalidade. "Nós fechamos uma serraria ilegal em uma hora, mas não criamos 50 empregos sustentáveis em uma hora. O Arco Verde é a resposta de como viver com dignidade sem destruir a Amazônia", afirmou o ministro.
Minc ainda aproveitou para anunciar que, nesta quarta-feira (24), irá divulgar os novos dados do Inpe em relação ao desmatamento da Amazônia, comparando os números de maio deste ano com o mesmo período do ano passado. "Esse ano nós vamos ter o menor desmatamento dos últimos 20 anos, mas ainda é insuficiente. Queremos desmatamento zero", sinalizou.
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