Potencial eólico brasileiro atrai projetos de geração de energia elétrica

A série “Brasil de todas as fontes” aborda nesta edição do Em Questão a inserção da energia eólica na matriz energética brasileira. O fenômeno é recente e foi impulsionado, sobretudo, pelos incentivos previstos no Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia (Proinfa).

A energia eólica começou a ganhar destaque na matriz mundial de energia a partir da segunda metade da década de 90, em países como Alemanha, Estados Unidos e Espanha. Nos últimos anos, Índia e China têm investido de forma crescente na indústria de aerogeradores e demais equipamentos para parques eólicos.
No Brasil, os investimentos na indústria de equipamentos são recentes e se justificam por conta do grande potencial eólico do País, calculado em 143 mil MW, de acordo com o Atlas Eólico Brasileiro. Esse volume é 40% superior ao total de capacidade instalada de geração de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional (SIN).

Para incentivar o aproveitamento desse potencial, o governo federal lançou em 2003 o Proinfa, cujo objetivo é diversificar a matriz energética nacional como forma de garantir maior confiabilidade e segurança ao suprimento do SIN de energia elétrica. O Programa prevê incentivos como linha de financiamento diferenciado e garantia de compra de toda a energia produzida por usinas eólicas, de biomassa e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs).

No Brasil, as melhores áreas para a energia eólica se encontram ao longo da costa e também em certas regiões elevadas no interior. Nos últimos quatro anos, o Proinfa já viabilizou a entrada em operação comercial de seis usinas eólicas no Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Paraíba e Santa Catarina, e outras quatro devem ser concluídas até o fim deste ano nos estados da Paraíba (duas), Ceará e Pernambuco.

Complementar
– Em países de grande potencial hidráulico ainda não explorado, como é o caso do Brasil, a utilização da energia eólica se apresenta mais vantajosa quando associada à geração hidráulica — também limpa e renovável e cujo custo de geração é menor. Os benefícios da complementaridade entre as duas fontes podem ser comprovados na região Nordeste, que detém mais da metade do potencial de ventos do País (75 mil MW). A maior intensidade dos ventos nordestinos nos períodos de seca faz com que as usinas eólicas complementem a geração das hidrelétricas e, conseqüentemente, permite a retenção de água nos reservatórios nos períodos de menor vazão das bacias na região.

De acordo com o Atlas Eólico Brasileiro, as demais regiões apresentam os seguintes potenciais: Sudeste (29,7 mil MW), Sul (22,7 mil MW), Norte (12,8 mil MW) e Centro-Oeste (3 mil MW).


Osório – Um conjunto de 75 aerogeradores gigantes, cada uma com 98 metros de altura, chama a atenção de quem trafega na rodovia BR 290, no trecho que liga Porto Alegre (RS) ao litoral norte do Rio Grande do Sul. Inaugurado em 2006, o Parque Eólico de Osório é formado pelos empreendimentos de Sangradouro, Osório e dos Índios, e constitui o maior complexo eólico da América Latina, sendo o sexto maior do mundo. O Parque é um símbolo do esforço brasileiro de trazer para o País o que há de mais avançado em tecnologia para aproveitamento de ventos.

Com capacidade instalada de 150MW, o complexo de Osório deverá promover o desenvolvimento tecnológico da indústria de fornecimento de equipamentos eólicos no Rio Grande do Sul. A produção de energia gerada pelos ventos de Osório é suficiente para suprir a demanda de 700 mil consumidores, o equivalente à metade da população da capital gaúcha. O complexo de Osório é um dos projetos viabilizados pelo Proinfa.

Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey