No dia 26, uma reportagem do Jornal Repórter Brasil, da TV Brasil, divulgou que a Ong inglesa Cool Earth está vendendo terras na Amazônia através de seu site na internet. Segundo a reportagem, qualquer pessoa pode fazer a compra, que seria uma forma de ajudar na preservação do meio ambiente. Na verdade, a venda é uma doação para que a própria Ong adquira as terras, que estariam em nome da Florean e da Empresa Florestal da Amazônia, empresas controladas pela Brazil Forestry Fund Investment.
A Cool Earth é uma das Ongs investigadas pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e Polícia Federal desde o início do ano, por atuação irregular na Amazônia.
Um dos fundadores da organização e idealizador da campanha para arrecadar fundos é o milionário sueco, Johan Eliasc, que tem cidadania britânica e é consultor do primeiro-ministro da Inglaterra, Gordon Brown, para assuntos ambientais. Em recente entrevista a CNN, ele disse que comprou sozinho um pedaço da Amazônia do tamanho de Londres, e que tem estimulado outros ricaços a fazerem o mesmo sob o argumento de que a bandeira preservacionista é um bom negócio. Ele é suspeito de ter utilizado laranjas para efetuar a compra de terras.
Segundo a reportagem da TV Brasil, o site anuncia que por 45 libras, ou quase R$ 150, a pessoa pode comprar com cartão de crédito cerca de dois mil metros quadrados de matas, podendo, inclusive, escolher a região. Há link para a região do Parque Estadual Cristalino, no Mato Grosso; Madeira, em Rondônia, e também floresta no Equador. O site informa que uma área equivalente a quase 15 mil campos de futebol já foi comprada.
Entrevistado pela AFP em Londres, o diretor da Ong, Mathew Owen, disse que a organização ficou chocada com as notícias sobre suas atividades no Brasil. Afirmando não possuírem terras na Amazônia, Mathew diz, no entanto, que financiam diferentes projetos por intermédio de parceiros, e que 32.000 hectares de terra estão protegidos por fundos fornecidos pela Cool Earth, no Brasil e no Equador, e completou que a organização pretende financiar projetos similares no Peru.
A campanha no site da Ong foi lançada em junho de 2007 com a presença de várias personalidades e ambientalistas britânicos. Segundo dados da Agência Amazônia de Notícias, as doações para a preservação da Amazônia no lançamento do projeto não foram divulgadas pelos organizadores, mas, segundo a Ong, doadores de maior porte fizeram suas contribuições sem entrar no site. Na ocasião, Mathew Owen disse que o dinheiro arrecadado seria para investir na preservação de florestas que já estão protegidas ou que já são de propriedade da entidade ou parceiras, e a compra de terras.
Nosso principal objetivo é investir na manutenção, afirmou Owen. Segundo ele, cerca de 10% dos recursos arrecadados devem ser gastos em administração e 30% em compra de novas terras. O restante (os outros 60%) seria investido nas comunidades locais.
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