Cientistas americanos descobriram porque é que as mulheres grávidas não perdem o equilíbrio apesar do peso crescente da barriga. Um estudo feito na Universidade de Harvard revela que os mecanismos da evolução humana prepararam o corpo feminino que apresenta diferenças do masculino na zona lombar e nas articulações do fémur com a bacia para o peso suplementar que uma gravidez acarreta e que poderá variar entre os oito e os 25 quilos.
Segundo o estudo, publicado hoje na revista Nature, esta «elegante engenharia» só pode ser encontrada nas fêmeas humanas e nas suas antecessoras imediatas (já bípedes) mas não nas chimpazés ou nas macacas.
Katherine Whitcomb, investigadora em Antropologia em Harvard, assinalou duas diferenças físicas principais entre as costas masculinas e femininas que até agora eram desconhecidas: uma das vértebras lombares localizadas no final das costas é wedged-shaped nas mulheres e mais quadrada nos homens e uma das articulações-chave é 14 por cento mais larga nas mulheres.
Os investigadores fizeram testes que mostram como estas ligeiras diferenças permitem às grávidas carregar um peso adicional sem se desequilibrarem e sem desenvolverem dores de costas incapacitantes.
Para Daniel Lieberman, professor de Antropologia em Harvard, as especificidaddes agora descobertas no corpo feminino parecem ser uma forma de atenuar o facto de a gravidez ser um esforço maior para as mulheres do que para outras fêmeas do reino animal, pois nos quadrúpedes a gestação é melhor suportada.
Tentanto compreender a evolução sofrida pelo corpo feminino, os cientistas estudaram fósseis de antecessores humanos, nomeadamente a coluna vertebral do Australopithecus (dois milhões de anos anterior ao Homem) tendo verificado que, já então, as fêmeas tinham alterações no esqueleto.
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