Brasil produz cada vez mais lixo e pode ampliar programas de reciclagem
O aumento do poder aquisitivo da população brasileira e o seu perfil de consumo fazem com que o Brasil produza cerca de 230 mil toneladas de lixo por dia, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O lixo brasileiro é tido como um dos mais ricos do mundo. Por isso, o país tem muito a crescer ainda no setor de reaproveitamento desses rejeitos. E, quanto mais o país se industrializa, mais lixo é produzido.
O aumento do poder aquisitivo da população brasileira e o seu perfil de consumo fazem com que o Brasil produza cerca de 230 mil toneladas de lixo por dia, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O lixo brasileiro é tido como um dos mais ricos do mundo. Por isso, o país tem muito a crescer ainda no setor de reaproveitamento desses rejeitos. E, quanto mais o país se industrializa, mais lixo é produzido.
Para a secretária-executiva do Fórum Nacional Lixo e Cidadania, da Unicef, Heliana Katia Campos, não está sendo dada a devida importância às questões relativas ao saneamento ambiental, em especial à coleta e destinação adequada do lixo. Ela alerta para a os prejuízos ambientais e à saúde humana causados pelo descarte aleatório dos resíduos em nascentes, córregos, margens de rios e estradas. Alguns produtos, como garrafas de vidro e de plástico, demoram centenas de anos para serem degradados pela natureza.
Heliana Campos destaca ainda que o problema da catação de lixo por seres humanos, tanto em cidades de pequeno porte como nas grandes capitais, "é uma situação constrangedora e inaceitável, fruto da miséria, do desemprego e da busca desesperada pela sobrevivência".
Não há como não produzir lixo, mas é possível diminuir essa produção, reduzindo o desperdício, reutilizando sempre que possível e separando os materiais recicláveis para a coleta seletiva. A reciclagem é uma importante alternativa para a redução dos resíduos, já que cerca de 50% de todo material pode ser recuperado como matéria-prima a ser reutilizada na fabricação de um novo produto.
Existem dois os modelos básicos de programas de reciclagem implantados nos municípios brasileiros: a coleta seletiva de lixo e as usinas de reciclagem. Há muitos exemplos de cidades em que a reciclagem já atingiu uma prática avançada, obtendo bons resultados.
Em 1989, foi lançado em Curitiba, capital do Estado do Paraná, na região Sul do Brasil, o programa "Lixo que não é lixo". Esse programa fez de Curitiba a cidade brasileira com um dos mais altos índices de separação: 20% do lixo que é gerado vão para a reciclagem. Estima-se que a capital paranaense tenha condições de aproveitamento máximo de 38% na reciclagem de lixo. "Para atingir esse percentual, todos devem fazer a sua parte: poder público, iniciativa privada e população", disse o secretário municipal de Meio Ambiente de Curitiba, José Antônio Andreghetto.
O lixo e o tempo que dura até ser degradado pelo meio ambiente
Jornal | 2 a 6 semanas |
Embalagem de papel | 1 a 4 meses |
Casca de fruta | 3 meses |
Guardanapos de papel | 3 meses |
Pontas de cigarro | 2 anos |
Fósforo | 2 anos |
Chicletes | 5 anos |
Nylon | 30 a 40 anos |
Sacos e copos plásticos | 200 a 450 anos |
Latas de alumínio | 100 a 500 anos |
Tampas de garrafas | 100 a 500 anos |
Pilhas | 100 a 500 anos |
Garrafas e frascos de vidro ou plástico | indeterminado |
Borracha | indeterminado |
Larissa MERCANTE
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