A Coréia do Sul elabora um código de ética para impedir que humanos abusem de robôs e vice-versa . O governo da Coréia do Sul identificou a indústria de robôs como um dos setores fortes da economia do país e está investindo milhões de dólares em pesquisas na área.
"O governo planeja estabelecer parâmetros éticos em relação ao papel e funções de robôs, à medida em que se espera que robôs desenvolvam forte inteligência no futuro", anunciou o Ministério do Comércio, Indústria e Energia do país, segundo BBC.
A Coréia do Sul é uma das sociedades mais abertas a novas tecnologias do mundo. Os sul-coreanos usam conexões de banda larga de altíssima velocidade e têm acesso a novidades tecnológicas muito antes dos mercados ocidentais.
O governo do país também é conhecido por seu interesse em tecnologias futuras.
Um relatório divulgado recentemente pelas autoridades sul-coreanas prevê que robôs serão capazes de realizar cirurgias por volta de 2018.
O Ministério da Informação e Comunicação do país também previu que, entre 2015 e 2020, toda casa sul-coreana vai possuir um robô.
Em parte, isto é uma saída para uma sociedade cuja população está envelhecendo e também um reconhecimento de que o ritmo de desenvolvimento no setor de robótica está se acelerando.
O código de ética é uma tentativa de estabelecer regras básicas para o futuro.
"Imagine se algumas pessoas tratassem andróides como se as máquinas fossem suas esposas", disse Park Hye-Young, que integra a equipe governamental de especialistas em robôs.
Falando à agência de notícias AFP, a especialista disse: "Outros podem ficar viciados em interações com (os robôs), assim como muitos usuários da internet ficam viciados no mundo cibernético".
A professora Maria Isabel Ribeiro, directora do Instituto de Sistemas e Robótica do IST, de Lisboa, falava à agência Lusa sobre código.
Segundo Maria Isabel Ribeiro, que tem acompanhado a discussão em torno desse "roteiro" europeu, trata-se de garantir o controlo do homem sobre os robôs e prever as implicações sociais dessa interacção social, além de impedir a sua utilização clandestina e como armamento de ataque, proteger os dados neles contidos e estabelecer a sua identificação e seguimento.
"É muito importante saber de que maneira é que o convívio humano pode ser afectado pela interacção entre pessoas e robôs, ao ponto, por exemplo, de um idoso poder achar que o seu robô de companhia é melhor que um irmão ou um filho", observou.
Num país como o Japão, preocupado há vários anos com o acelerado envelhecimento da população, existem robôs de companhia para lares de idosos, com a forma de pequenas focas, que facilitam as relações humanas e substituem com vantagem os animais domésticos - assinalou a investigadora.
"Não têm de ser alimentados, não têm alergias, não têm de ser levados à rua" e, em situações em que os idosos não convivem entre si, a presença desse "animal", em que se pode tocar, estimula as relações entre as pessoas, explicou.
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