A Secretaria de Saúde de Campinas (a 94 km de São Paulo) determina o destino de cerca de 50 gatos que vivem soltos no Bosque dos Jequitibás, no bairro do Bosque. O motivo é o medo que a raiva animal atinja outros bichos e seres humanos, já que um morcego contaminado com a doença foi encontrado no local.
Os gatos são geralmente abandonados pelos próprios moradores da cidade e vivem de alimentos doados por freqüentadores do bosque.
Várias propostas foram apresentadas, mas o destino dos gatos que vivem no Bosque dos Jequitibás continua indefinido. A proposta apoiada pelas entidades de proteção aos animais, que se reuniram segunda-feira com técnicos da Secretaria da Saúde para discutir a questão, foi confinar os felinos domésticos, mas num gatil dentro do próprio parque, e não removê-los para o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) como foi inicialmente proposto pela Secretaria.
A medida, no entanto, esbarra em alguns entraves. O Bosque é uma área tombada e de preservação permanente. Assim, qualquer construção no local depende de aprovação de órgãos municipais, estaduais e federais.
Outro problema, apontado pela administração do parque, é que o local é destinado à exposição de animais silvestres, inadequado para abrigar espécies domésticas.
Uma segunda proposta, seria a Prefeitura indicar uma outra área, próxima ao Bosque, para a construção de um gatil para receber os felinos durante os 180 dias em que eles devem ser mantidos isolados e em observação, para confirmar se foram ou não contaminados pelo vírus rábico, conforme preconizado por organismos nacionais e internacionais de saúde. A última opção, que encontra resistência entre os protetores de animais, é manter os gatos em isolamento e observação no CCZ.
Na última sexta-feira, a Secretaria de Saúde de Campinas confirmou um caso positivo de raiva num morcego herbívoro (não hematófago - que se alimenta de sangue) dentro do Bosque, segunda área de lazer mais freqüentada da cidade, que recebe em média 1 milhão de visitantes por ano. O risco, segundo o médico veterinário e coordenador do CCZ, Antonio Carlos Coelho Figueiredo, é dos gatos, por serem predadores naturais de morcegos, servirem como canal de transmissão do vírus rábico aos seres humanos.
O secretário de Saúde, José Francisco Kerr Saraiva, destaca que as medidas seguem o protocolo preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e Programa Nacional de Controle da Raiva e visam evitar a transmissão aos humanos, outros mamíferos do parque e contaminação entre os gatos. "A primeira providência é isolar os gatos e esclarecer a população para evitar qualquer contato com esses animais" , explicou.
Com Cosmo OnLine
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