A semana passada o Ministro das Relações Exteriores da Líbia, Abdul Ati al-Obeidi, esteve em Moscou para conversas com o seu homólogo na Rússia, Sergei Lavrov. As conversações centravam-se em maneiras de terminar o conflito. Apresentamos um sumário. Qual foi o plano proposto?
A parte russa descreve as conversas entre os Ministros das Relações Exteriores da Líbia, Abdul Ati al-Obeidi, e da Rússia, Sergei Lavrov, como "muito intensas". O plano proposto no início desta semana (ainda a ser reflectido) é o seguinte:
1. Primeiro, as duas partes no conflito (o Governo de Muammar al-Qathafi e os "rebeldes" na parte oriental do país) consentiram realizar negociações para terminar o conflito;
2. Há indicações que as duas partes consentem em criar uma espécie de governo conjunto provisional. Este será composto por dois membros de cada "lado" que juntos, elegerão um quinto membro, que será neutro;
3. Foi este o conteúdo da proposta da ONU e da União Africana, que a Rússia apoia.
Cabe a este governo provisional falar primeiro em estabelecer e implementar a paz e depois cabe aos líbios decidiram o que vai acontecer a seguir.
Há do lado líbio uma vontade colectiva pela paz; da parte da OTAN, a vontade de eliminar o líder, al-Qathafi, que mantém grande popularidade entre três quartos da população, ou mais (mais do que qualquer líder ocidental, pelo menos).
A parte líbia aceitou o plano, pois Muammar al-Qathafi não ocupa nenhum lugar oficial na Líbia desde 1977, sendo o "Irmão Líder" apenas. Quanto à sua retirada da cena política, a questão é que já estava a retirar-se mas esta questão cabe aos líbios e neste momento, nem se discute.
O fundamental é que as duas partes já se sentem à volta da mesa das negociações, e isso se deve á acção da Rússia e da União Africana...não da OTAN cuja estratégia é usar a violência.
Moscou mantém contactos com ambas as partes e envia ajuda humanitária e não armas ao teatro de guerra. A posição de Moscou é que os líbios resolvem seu futuro, que não pode ser imposto de fora.
Timofei Belov
Pravda.Ru
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