O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, chega a Moscou para uma visita oficial. O líder dos venezuelanos discutirá questões de embarques de armas, a cooperação no mercado de energia, e bem assim questões a respeito da criação de um banco russo-venezuelano.
Diz-se que Chávez reunir-se-á com as autoridades russas para discutir questões de compra de tanques russos e outros equipamentos militares para as necessidades das Forças Armadas da Venezuela.
Hugo Chávez também planeja discutir a oportunidade da criação de um banco russo-venezuelano que subsequentemente financiaria projetos conjuntos. O governo venezuelano já apresentou emendas necessárias à legislação nacional relativa ao Banco Central.
Hugo Chávez está, igualmente, fortalecendo os laços econômicos com outros países. O presidente venezuelano instou para que membros da recente cimeira da PetroCaribe criem instituições financeiras independentes do FMI com países tais como Rússia, Bielo-Rússia, China, Índia e Irã.
O presidente venezuelano acredita haver chegado o momento de serem firmadas alianças estratégicas com referidos países. Chávez deu o exemplo de seu ponto de vista com a recente criação da Fundação de Desenvolvimento Chinesa-Venezuelana, com capital de $6 biliões.
Quando os Estados Unidos impuseram o embargo de armas à Venezuela em 2006, a Rússia tornou-se a principal fornecedora de armas daquela nação. A quantidade de todos os contratos de defesa concluídos entre Rússia e Venezuela monta $4 biliões de dólares. A Rússia já embarcou 100.000 rifles de assalto Kalashnikov da nova modificação AK-103 para a Venezuela.
Além disso, a Venezuela está construindo duas fábricas de montagem de rifles de assalto russos e de produção de munição para eles.
O presidente venezuelano ganhou a reputação de homem firme, que persegue estritamente os interesses de seu estado. Por exemplo, Chávez forçou as companhias ocidentais de petróleo a trabalharem para seu país ou saírem da Venezuela.
As maiores companhias de petróleo dos Estados Unidos, Exxon Mobil e ConocoPhillips, foram privadas de seus direitos de petróleo na Venezuela. Em decorrência, perderam a extração de petróleo de cerca de 130.000 barris por dia, ou 5,5 por cento de toda a produção de petróleo.
Chávez nacionalizou a indústria de petróleo da Venezuela. As companhias ocidentais de petróleo devem entregar uma parte (não inferior a 60 por cento) em projetos de petróleo de alta produção. Esses projetos incluem quatro grandes depósitos de petróleo com produção total de 600.000 barris por dia. O custo desses projetos está avaliado em $31 biliões de dólares. Os haveres da ConocoPhillips na Venezuela custam mais de $10 biliões. O governo ofereceu participações minoritárias em três projetos de extração de petróleo às companhias, como compensação.
A Chevron Corp. dos Estados Unidos, a BP Plc da Grã-Bretanha, a Total SA da França e a Statoil ASA da Noruega concordaram com as sugestões de Chávez. Em decorrência, a Petróleos de Venezuela (PDVSA) da Venezuela atualmente controla a extração de petróleo na bacia do Rio Orinoco - 78 por cento. É digno de nota que a Venezuela fornece 11 por cento do consumo de petróleo dos Estados Unidos.
Chávez resolveu expandir contratos com a Rússia. As companhias russas começaram a desenvolver campos de petróleo na Venezuela. A Lukoil russa encontrou petróleo naquele país, pela primeira vez, no final de 2006. A gigante do gás Gazprom obteve a licença para o desenvolvimento de depósitos de gás natural no Golfo da Venezuela em 2005.
Não é preciso dizer que a visita de Chávez à Rússia será bem-sucedida. Entretanto, a Rússia enfrentará uma onda de críticas do Ocidente.
Autor do post : Murilo Otávio Rodrigues Paes Leme
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