O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, no seu discurso anual perante o Parlamento anunciou esta quinta-feira (26) que abandonará o cargo no próximo ano.
O próximo discurso anual da nação será realizado por outro chefe do Estado, disse Putin.
No seu discurso Putin lançou uma dura crítica aos países ocidentais acusando-os de estarem a ingerir-se nos assuntos internos do país e de representarem uma ameaça militar crescente às suas fronteiras nacionais.
Trata-se nomeadamente da expanção da Nato para Leste e ao projecto norte-americano para a construção de um escudo antimíssil junto à fronteira russa. O chefe de Estado russo repetiu as ameaças de desligar-se do Tratado de Forças Convencionais na Europa (CFE), um dos textos fundamentais que rege a segurança no Velho Continente desde o final da Guerra Fria.
Dirigindo-se aos países ocidentais, Putin nomeou de neocolonialismo a política americana e de alguns países europeus.
Aqueles que usam habilmente uma fraseologia pseudo-democrática gostariam de regressar a um passado próximo, em que uns pilhavam sem serem perseguidos as riquezas dos países, roubando pessoas e Estados, e outros privavam o nosso país da sua autonomia económica e política.
No tempo do colonialismo, falávamos do papel civilizador dos colonizadores, ironizou.
Hoje, os ocidentais usam slogans sobre a democracia, mas o objectivo é o mesmo: a aquisição, de forma unilateral, de vantagens destinadas a garantir os seus próprios interesses.
Esta manhã, Putin deixou um aviso claro: se os ocidentais prosseguirem com os seus planos militares para o Leste da Europa, Moscovo suspende a aplicação de um dos mais importantes tratados de segurança firmados nos últimos anos.
Se não se registarem progressos nas próximas negociações entre a NATO e a Rússia, devemos analisar a possibilidade de suspender os nossos compromissos ao abrigo do CFE, declarou Putin.
O tratado de 1990 impunha limites à movimentação na Europa dos arsenais convencionais da NATO e do extinto Pacto de Varsóvia (que agrupava os países na órbita de Moscovo). Em 1999, oito anos após o colapso da União Soviética, o pacto foi adaptado à nova realidade no continente, mas os Estados-membros da NATO condicionam a ratificação da nova versão à retirada das forças russas de posições que ocupam na Moldávia e Geórgia.
Segundo Putin, a moratória deverá vigorar até que todos os países a ratifiquem e começam a aplicá-la, afirmou.
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